Quando o Islã surgiu no século 7 o cristianismo estava enfraquecido por muitas religiões e falsos profetas que negavam Cristo ou confundiam o povo sobre Sua Divindade. Vamos tratar de alguns deles.
Esses falsos profetas eram citados pelos primeiros pais da igreja e depois foram confirmados pela biblioteca Nag Hammadi encontrados no século 20.
Século II (101-200)
1- Falso profeta Simão O Mago. Simonianismo. (Século II)
Os simonianos eram uma seita gnóstica do século II que considerava Simão Mago como seu fundador e cujas doutrinas, chamadas simonianismo, eram também baseadas nos ensinamentos dele. A seita floresceu na Síria, em vários distritos da Ásia Menor e em Roma. No século III, remanescentes da seita ainda existiam, como relatado por Orígenes na sua obra Contra Celso e sobreviveram até o século IV.
2- Falso profeta Elsakai (ano 100- Jordânia)
Os elcasaitas ou elkasaitas eram uma religião que apareceu na região da Pérsia segundo um denominado Elkasaï que recusa a divindade de Jesus e o chamam anjo Jesus. O elcasaismo deu origem ao maniqueísmo, do fundador Manes. Como prova o fato de extratos do Apocalipse de Elkasaï se encontrarem no Códex de Mani, conhecido como Vita Mani.
3-Montano (156-) Montanismo
Montano afirmava possuir o dom da profecia, e que havia sido enviado por Jesus Cristo para inaugurar a era do Paráclito. Duas mulheres que o acompanhavam, Priscila (ou Prisca) e Maximila, afirmavam que o Espírito Santo falava através delas. Durante os seus êxtases anunciavam o fim iminente do mundo, conclamando os cristãos a reunirem-se na cidade de Pepusa, na Frígia, onde surgiria a Jerusalém celeste, uma vez que uma nova era cristã se iniciava com esta nova revelação divina.
Propunha um rigoroso ascetismo, visando à preparação para o momento final, preceituando-se a castidade durante o casamento e proibindo-se as segundas núpcias. No plano alimentar instituiu-se o jejum durante duas semanas por ano e a xerofagia (consumo de alimentos secos), sem o consumo de carne. Negavam a absolvição aos réus de pecados graves (mesmo após o batismo com confissão e arrependimento). As mulheres eram obrigadas ao uso de véu nas funções sagradas. Recomendava-se aos fiéis que não fugissem às perseguições e que se oferecessem voluntariamente ao martírio.
4-Adocionismo: ano 190
O Adocionismo, algumas vezes chamado de monarquianismo dinâmico, é uma visão não trinitária do cristianismo primitivo, que professa que Jesus nasceu humano, tornando-se posteriormente divino por ocasião do seu batismo, ponto em que foi adotado como filho de Deus. Alguns negavam a preexistência de Cristo (desde a eternidade).
Um dos adocionistas mais famosos foi Teódoto, natural de Bizâncio, e que levou esta doutrina a Roma no ano de 190. Também durante o século II, Paulo de Samósata e os seguidores do monarquianismo expressaram visões semelhantes
5-Ario (256-336) (Arianismo)
O Arianismo foi uma visão cristológica antitrinitária sustentada pelos seguidores de Ário, presbítero cristão de Alexandria nos primeiros tempos da Igreja primitiva, que negava a consubstancialidade entre Jesus e Deus Pai, que Os igualasse.
Jesus então, seria subordinado a Deus Pai, sendo Ele (Jesus) não O próprio Deus em Si e por Si mesmo. Segundo Ário, só existe um Deus e Jesus é Seu filho e não O próprio Deus. Ao mesmo tempo afirmava que Deus seria um grande eterno mistério, oculto em Si mesmo, e que nenhuma criatura conseguiria revelá-l’O, visto que Ele não pode revelar a Si mesmo.
Ario começou a propagar que só existia um Deus verdadeiro, o “Pai Eterno”, princípio de todos os seres. O Cristo-Logos havia sido criado por Ele antes do tempo como um instrumento para a criação, pois a divindade transcendente não poderia entrar em contato com a matéria. Apesar disso, Cristo, era inferior e limitado, e não possuía o mesmo poder divino, situando-se entre o Pai e os homens. Não se confundia com nenhuma das naturezas por se constituir em um semideus.
As ideias de Ário foram adotadas pelos Imperadores Romanos: Constâncio II (337-361) e Valente (364-378) sem que, entretanto, fossem impostas à Igreja. Proeminentes senhores da guerra vândalos e lombardos também adotavam um cristianismo ariano, assim como Odoacro, que reinou sobre a Itália entre 476 e 493.
Século III (201-300)
6- Falso profeta Manes ou Maniqueu(216-276) deu origem ao Maniqueísmo
O maniqueísmo é uma religião sincrética e dualística que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo usado para descrever todas as doutrinas fundamentadas nos dois princípios opostos do Bem e do Mal. Teve, quando jovem ainda, uma visão em que seu anjo o ordenava isolar-se do mundo para receber a revelação de uma nova religião, que seria a interpretação correta de diversas crenças religiosas da época. Depois de receber essa revelação, passou a pregar, na Pérsia, um novo entendimento do zoroastrismo, o qual tentou conciliar com os fundamentos do cristianismo. Dotado de grande aptidão para aprender línguas, viajou pela Índia, China e Tibete, de onde recolheu ensinamentos religiosos e filosóficos que acrescentou a sua religião. Após gozar da proteção do rei Sapor I, sofreu perseguição dos sacerdotes do zoroastrismo, os Magos, durante o reinado de Vararanes I (r. 274–277). Preso e condenado como herege, teria sido, segundo a tradição, esfolado vivo e sua carne atirada ao fogo, enquanto que sua pele, crucificada em praça pública na cidade de Bendosabora.
7-Sabelio (morte em 215)
No cristianismo, sabelianismo (também conhecido como monoteísmo modalista, patripassianismo, unicismo, monarquianismo modal ou simplesmente modalismo) é a crença “unicista” de que Deus em sua unicidade se manifestou em carne e não em três pessoas distintas. Não existem 3 pessoas mas apenas uma que era Pai se tornou Filho e depois Espírito santo.
8- Setianismo (Adoração a Sete filho de Adão) (por volta do ano 300)
A seita crê no Sete bíblico como seu herói, que teria reencarnado como Jesus. Dentre outros textos desta mesma seita aparecem o Apocalipse de Adão, Apócrifo de João, a Protenóia trimórfica e o Evangelho dos egípcios.
9- Encratistas
Os encratitas (“auto-controlados”) eram uma seita cristã ascética do século II d.C. que proibia o casamento e que aconselhava a abstinência de carne. Eusébio afirma que Taciano era o criador.
Eles se dividiram em diversas pequenas seitas, das quais os apoctáticos se destacaram por sua condenação à propriedade privada e os aquarianos, que substituíam o vinho pela água durante a Eucaristia. Foram condenados no Edito de 382.
10- Severianismo, (século II)
Doutrina de Severo, gnóstico do século II, que, segundo “Sto”. Agostinho, negava o Antigo Testamento e o dogma da ressurreição de Cristo.
11- Valencianos (100-160).
Valentim era candidado a bispo e foi reprovado. Foi muito influente na comunidade Cristã, apesar de seus trabalhos e ideias terem sido considerados como apostasia por volta de 175. Os valencianos foram um dos grupos mais conhecidos e influentes. Eles interpretavam as Sagradas Escrituras de forma contrária à Igreja, acreditando que o Deus verdadeiro não era o Deus do Antigo Testamento.
Ireneu de Lyon, em Adversus Haereses escreveu:
“Então os seguidores de Valentim, livres de todo medo, apresentam suas próprias composições e se vangloriam de ter mais Evangelhos do que os que de fato existem. A sua audácia foi tão longe que eles intitulam a sua mais recente composição “O Evangelho da Verdade”, embora ele se pareça em nada com os Evangelhos dos Apóstolos, e assim nenhum Evangelho deles está livre da blasfêmia. Pois se o que eles produzem é o Evangelho da Verdade, e é tão diferente daquele que os apóstolos nos deixaram, aqueles que quiserem podem entender como se pode demonstrar pelas próprias Escrituras que aquilo que nos é deixado pelos apóstolos não é o Evangelho da Verdade”.
12 –Marcos (marcosianos)
Marcus foi o fundador da seita marcosiana no século II dC. Ele era um discípulo de Valentim, cujas idéias eram na maior parte similares. Suas doutrinas são quase que exclusivamente conhecidas por nós através de uma longa polêmica (livro I, capítulos 13-21) de Contra Heresias (ou Adversus Haereses), no qual Ireneu relata seus ensinamentos e os de sua escola.
Seu sistema fala sobre trinta Aeons (deuses) divididos em uma Ogdóade, uma Décade e uma Dodécade; sobre o mito de Sophia, ou seja, sua queda e redenção e da futura união das sementes selecionadas com anjos como noivos celestes. O que Marcus adicionou aos ensinamentos de seus predecessores foi um sistema de Isopsefia similar ao dos posteriores pitagóricos, sobre os mistérios nos números e nomes. Marcus encontrou então nas Escrituras e na natureza diversos exemplos da ocorrência dos seus números místicos: quatro, seis, oito, dez, doze e trinta. A especulação numérica realizada por Marcus pode ter influenciado às posteriores especulações cabalísticas sobre as relações entre números e letras.
Século IV (301-400)
13- Marcos de Mênfis, um nativo da cidade de Mênfis, no Egito, introduziu doutrinas dualistas de cunho gnóstico-maniqueístas na Hispânia na metade do século IV dC, segundo Sulpício Severo (Historia Sacra II, 44) e Jerônimo de Estridão (De Viris Illustribus, 121). Suas atividades são desconhecidas e sabemos apenas que teria tido dois discípulos: Agape, uma matrona rica e o orador Elpidius, que se tornou o instrutor de Prisciliano (em latim: ab his Priscillianus est institutus) – fundador do Priscilianismo – quando ainda era um leigo.
14- Prisciliano (385)
O priscilianismo foi uma doutrina pregada por Prisciliano, no século IV, com base nos ideais de austeridade e pobreza. Desenvolvida na Península Ibérica (a Hispânia romana), derivada de doutrinas gnóstico-maniqueístas ensinadas por Marcus, um egípcio de Mênfis, e, mais tarde considerada uma heresia pela Igreja Católica. Foi condenada como heresia no Concílio de Toledo em 400. Prisciliano foi executado em 385.
Prisciliano fundou uma escola ascética, rigorista, e oposta à crescente opulência da hierarquia eclesiástica imperante no século IV. Os aspetos mais polêmicos, em questões formais, são a nomeação de “mestres” ou “doutores” a laicos, a presença de mulheres nas reuniões de leitura e seu marcado caráter ascético. Intentou a reforma do clero através do celibato e a pobreza voluntária, e posteriormente ampliou a reforma a todos os fiéis. Seu caráter maniqueu (dualismo alma-corpo, a primeira divina, o segundo mortal e, portanto, corrupto) leva o estabelecimento de um ascetismo difícil de praticar, sentando assim as bases (de maneira parecida à heresia donatista) do caminho de perfeição cátaro: uma moral mais relaxada para os fiéis e outra mais estrita para os “perfeitos”.
Substituiu a consagração oficial com pão e vinho por leite e uvas; acolheu as mulheres e os escravos nas sessões de leitura de textos evangélicos (incluindo apócrifos) e incorporou o conceito do emanatismo: a alma “surge” de uma espécie de armazém e deve descer até o mundo terrenal, onde é inevitavelmente corrompida pelo maligno.
15-Donatismo
Donato de Casa Nigra, em latim: Donato de Casae Nigra (c. 270 — c. 355), foi um teólogo cristão, bispo de Numídia, primeiro e principal expoente do donatismo, seita cismática surgina no norte da África.
O pano de fundo para a controvérsia foi uma onda de perseguições aos cristãos pelo imperador romano Diocleciano. Alguns líderes da Igreja, pouco propensos ao martírio e à tortura, se mostraram dispostos a concordar com as exigências do imperador, como adorar os deuses da religião antiga — considerados ídolos pelos cristãos — ou entregar livros religiosos ou propriedades da Igreja para as autoridades imperiais. Estas pessoas ficaram conhecidas como traditores (“aqueles que entregaram”). Um deles, chamado Ceciliano, retornou para o seio da Igreja assim que as perseguições terminaram e foi consagrado bispo de Cartago e Primaz do Norte da África. Aqueles que se mantiveram fiéis durante recusaram a aceitar a sua autoridade e elegeram Majorino como bispo rival. Porém, ele morreu logo após ter sido consagrado e recaiu sobre Donato a tarefa de tomar seu lugar e continuar a luta.
O cisma entre as duas alas do cristianismo centrava-se no status dos clérigos traditores. Os donatistas afirmavam que eles não poderiam ser reinstalados sem antes terem sido re-batizados e re-ordenados. Eles também argumentavam que os rituais eclesiásticos realizados pelos traditores eram inválidos, o que invalidava também todos os sacramentos que eles tivessem ministrado.
16- Ebionitas
Os ebionitas consideravam Jesus de Nazaré como o Messias, mas variavam em suas crenças a respeito do nascimento virginal. Irineu indica que eles acreditavam que Jesus era filho de José.
A denominação adotada por eles, ebyonim, ebionim, que significa “os pobres”, sugere que eles atribuíram um valor especial à pobreza voluntária.
Conforme descritos por Irineu e Hipólito, os ebionitas eram adeptos do Adocionismo. Nessa cristologia, o Cristo preexistente (o Logos), incorporou-se em Jesus de Nazaré. Mas, o Cristo se afastou de Jesus na sua morte e ressurreição, enquanto Cristo permaneceu impassível, visto que ele era um ser espiritual. Quanto às práticas judaicas, segundo Irineu de Leão os ebionitas praticavam a circuncisão, perseveram na observância dos costumes da Lei mosaica e possuíam uma veneração por Jerusalém. Segundo Hipólito de Roma, a soteriologia dos ebionitas consitia na crença de que as pessoas que cumprissem toda a lei se tornariam Cristo. Alguns era vegetarianos e defendiam que Jesus também era.
17-Pelagismo
Pelágio da Bretanha (em latim: Pelagius; 350–423 (73 anos)) foi um monge ascético, nascido provavelmente na Britânia.
Escreveu, então o livro Da Natureza, em que sustentava que os seres humanos podem ter uma vida sem pecado com seus “dons naturais” e que cabe a eles fazer isso. Esse foi o início da grande controvérsia a respeito do pecado original, do livre-arbítrio e da graça que ocupou a igreja por mais de cem anos e cuja repercussão continuou nos séculos seguintes.
Os oponentes de Pelágio, liderados por Agostinho o acusaram de três heresias:
Negar o pecado original;
Negar que a graça de Deus é essencial para a salvação;
Defender que o Homem possui a capacidade de decidir o seu futuro por livre-arbítrio, sem necessariamente depender da graça de Deus baseando-se no fato de pessoas resistirem por sua própria vontade a tudo que se refere a Deus, ao Criador e à necessidade de pertencer a Ele.
18- Nestor
O nestorianismo é uma doutrina cristológica proposta por Nestório, Patriarca de Constantinopla (428–431). A doutrina, que foi formada durante os estudos de Nestório sob Teodoro de Mopsuéstia na Escola de Antioquia, enfatiza a desunião entre as naturezas humana e divina de Jesus. Os ensinamentos de Nestório o colocaram em conflito com alguns dos mais proeminentes líderes da igreja antiga, principalmente Cirilo de Alexandria, que criticou-o particularmente por negar o título Teótoco (“Mãe de Deus”) a Maria de Nazaré.
O Nestorianismo é uma forma de diofisismo e pode ser entendido como a antítese do monofisismo, que emergiu justamente como reação a ele. Enquanto o primeiro sustenta que Cristo teria duas naturezas vagamente unidas (divina e humana), o monofisismo contesta que ele teria apenas uma única natureza, a humana absorvida pela sua divindade. O monofisismo sobreviveu até hoje, transformado no miafisismo das modernas igrejas do oriente.
19-Apolinarismo
Em plena controvérsia ariana, o Bispo Apolinário de Laodicéia (Síria), 310-390, mostrava-se fervoroso defensor do Credo niceno contra os arianos, mas afirmava que em Cristo a natureza humana carecia de alma humana; Os argumentos em favor desta tese eram os seguintes: duas naturezas completas (Divindade e humanidade) não podem tornar-se um ser único; se Jesus as tivesse, Ele teria duas pessoas ou dois eu – o que seria monstruoso. Além disto, dizia, onde há um homem completo, há também o pecado; ora o pecado tem origem na vontade; por conseguinte, Jesus não podia ter vontade humana nem a alma espiritual, que é a sede da vontade. Apolinário expôs suas idéias no livro “Encarnação do Verbo de Deus”, que ele apresentou ao Imperador Joviano e que os seus discípulos difundiram.
20- O Monofisismo
A luta contra o Nestorianismo, que admitia em Jesus duas naturezas e duas pessoas, deu ocasião ao surto do extremo oposto, que é o monofisismo ou monofisitismo (“em Jesus há uma só natureza e uma só pessoa: a divina”). O primeiro arauto desta tese foi Eutiques, arquimandrita de Constantinopla: reconhecia que Jesus constava originariamente da natureza divina e da humana, mas afirmava que a natureza divina absorveu a humana, divinizando-a; após a Encarnação, só se poderia falar de uma natureza em Jesus: a divina.
Esta doutrina tornou-se a heresia mais popular e mais poderosa da antigüidade, pois, para os orientais, a divinização da humanidade em Cristo era o modelo do que deve acontecer com cada cristão. Eutiques foi condenado como herege no Sínodo de Constantinopla em 448, sob o Patriarca Flaviano
Os monofisitas foram constituindo Igrejas nacionais: a armena, a síria, a mesopotâmica, a egípcia e a etíope.
Historicamente, o monofisismo se refere primordialmente à posição dos que (especialmente no Egito e, em menor grau, na Síria) rejeitaram as decisões do Concílio de Calcedônia em 451 (o quarto concílio ecumênico). Os membros mais moderados entre eles, porém, defendem a teologia “miafisista”, que se tornou a oficial para as Igrejas Orientais Ortodoxas. Muitos orientais ortodoxos, porém, rejeitam essa classificação, mesmo como um termo genérico, mas ele é amplamente utilizado na literatura histórica.
A vasta maioria dos cristãos atualmente pertence às chamadas igrejas “calcedônias”, ou seja, a Católica Romana, a Ortodoxa e as igrejas protestantes históricas (que são as que aceitam a autoridade de pelo menos os quatro primeiros concílios).
Miafisismo (também chamado de henofisitismo) é uma fórmula cristólogica das Igrejas Orientais Ortodoxas que professam a fé nos três Concílios Ecumênicos. O miafisismo afirma que na pessoa una de Jesus Cristo, Divindade e Humanidade estão unidas em uma única ou singular natureza (“physis”), as duas estão unidas sem separação, sem confusão e sem alteração.
Historicamente, cristãos calcedonianos têm considerado o miafisismo em geral como “agradável” numa interpretação ortodoxa, mas eles, de toda forma, percebem o miafisismo das Igrejas Orientais Ortodoxas como uma forma de monofisismo. As Igrejas Orientais Ortodoxas rejeitam esta caracterização.
Resumo:
Docetistas: Jesus era só humano
Monofisitas: Jesus era só divino
Miafisitas: Divindade e Humanidade estão unidas em uma única ou singular natureza (“physis”), as duas estão unidas sem separação, sem confusão e sem alteração.
Calcedonianos (católicos e protestantes)- Em Cristo há as duas naturezas. O concílio está preocupado em dizem que não há 2 cristos e Maria é mãe de Deus. Decisão do concílio:
Nós, então, seguindo os santos pais [patriarcas], todos com um consentimento, ensinamos as pessoas a confessar um e o mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em Deus e também perfeito na masculinidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, de uma alma e corpo razoável [racional]; consubstancial [co-essencial] com o Pai de acordo com a divindade, e consubstancial conosco de acordo com a humanidade; em todas as coisas como nós, sem pecado; gerado antes de todas as eras do Pai segundo a Deidade, e nestes últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascidos da Virgem Maria, a Mãe de Deus, segundo a humanidade; um e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, unigênito, para ser reconhecido em duas naturezas, inconfundivelmente, imutavelmente, indivisivelmente, inseparavelmente; (duχωρίστως, ἀτρέπτως, ἀδιαιρέτως, ἀχωρίστως – em duabus naturis inconfuse, immutabiliter, indivise, inseparabiliter) a distinção de naturezas não sendo de modo algum levada pela união, mas sim a propriedade de cada natureza sendo preservada, e concorrendo em uma pessoa (prosopon) e uma subsistência (hypostasis), não se separaram ou dividiram em duas pessoas, mas um e o mesmo Filho, e só geraram Deus (μονογενῆ Θεόν), a Palavra, o Senhor Jesus Cristo; como os profetas desde o princípio [declararam] a respeito Dele, e o próprio Senhor Jesus Cristo nos ensinou, e o Credo dos santos pais nos transmitiu.

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