Comentário presente no link do vídeo: O que eu vou falar aqui vai chocar MUITA gente, mas é a palavra de quem já trabalhou com educação física em uma das maiores redes de academias do país. Fisiculturismo NÃO É ESPORTE! Nunca se enquadrou como tal e nem poderá, tudo isso por um simples fato: os critérios de avaliação são SUBJETIVOS e, no fim, prevalece a BELEZA do shape e não a performance esportiva em qualquer uma das suas valências. Isso significa que não é possível MEDIR ou PONTUAR, OBJETIVAMENTE, o resultado de um determinado atleta, e é justamente por isso que vemos várias injustiças nas mais variadas competições que assistimos, inclusive nas maiores do mundo. Existem roubos descarados anualmente e não há nada que ninguém possa fazer para contestar. Além desse fato, há outro ainda mais importante: um fisiculturista, no dia da sua competição está na sua PIOR FORMA FÍSICA e não na melhor, como erroneamente se pensa. Este é o dia em que ele está MAIS FRACO, debilitado, desidratado e com percentual de gordura considerado perigoso para própria sobrevivência. Nenhum fisiculturista nesse dia consegue correr, nadar, demonstrar qualquer tipo de feito/trabalho físico. Apenas sua estética, que, logicamente, não serve de nada em termos práticos. Isso é exatamente o oposto de qualquer esporte, onde um atleta, via de regra, sempre estará mais “forte” e “competitivo” no dia da sua competição, seja ela uma partida de futebol, vôlei, remo, marcha atlética, tênis de mesa, mma, jiu jitsu ou qualquer outra coisa que seja. Eu fico bobo como esse debate nunca foi feito no Brasil, mas também não me surpreendo muito, até pela experiência na área. Hoje chegamos ao ponto que o treino é EXCLUSIVAMENTE para estética e não para saúde ou melhora física. A razão para essa falta de conscientização em massa tem fundamento econômico muito claro e aparente. Esse mundo “maromba” gira somente em torno de uma coisa: dinheiro. O objetivo é fazer você consumir infinitamente suplementos, medicamentos, drogas (que coaches sem formação superior, profissionais de educação física e até mesmo endocrinologistas sem ética prescrevem sem qualquer pudor – sempre alguém ganha com isso). Tudo isso para manter você no sonho ou na falsa sensação de “alcançar” um resultado totalmente descartável ou inútil no mundo real. Você não só perderá TODO seu dinheiro, como também encurtará sua vida sem sequer se dar conta do que está fazendo (isso se suas articulações não forem pro espaço com treinos repletos de volume, alta carga, má execucação). Infelizmente, esse rapaz que faleceu é mais uma das CENTENAS de vítimas que esse dito “esporte” fez e fará. Lembre-se que muitas das pessoas que já se foram não aparecem em vídeos de YouTube ou sequer apresentam interesse em competir, elas não documentam essa parte de suas vidas e acabam virando estatística sem ninguém jamais ter conhecimento. Eu mesmo já conheci indivíduos que pararam na hemodiálise pelo uso de anabalizantes, e pode ter certeza, toda a “coragem” e “valentia” maromba vai embora em um piscar de olhos e eu nunca vi UM falar que valeu a pena. Entendam: esse meio só serve para gerar compulsão alimentar e dismorfia corporal. Não sei se esse comentário chegará a alguém, mas fica aqui meu alerta e desabafo. O Rodrigo Góes é o ÚNICO CARA que eu vejo, há anos, trazendo qualque tipo de conscientização sobre o assunto. E é justamente por isso que tanta gente não gosta dele. Eu fico absurdamente feliz de ver alguém espalhando esse tipo de conteúdo na internet em vez daquele lodo tradicional que acontece há pelo menos duas décadas. E que fique claro: é ÓBVIO que o “fisiculturismo natural” (que deveria ser encarado como um hobby ou estilo de vida) é saudável e absolutamente benéfico para saúde. Não há qualquer embasamento científico que prove o contrário. No entanto, meu texto tem o objetivo de mostrar que não existe “PERFORMANCE” e nem “ESPORTE” no fisiculturismo profissional ou amador. É válido dizer também que, de forma alguma, os riscos de lesões ou de um estilo de vida dito (erroneamente) “menos saudável” de outros atletas profissionais se comparam em alguma medida nos riscos enfrentados por QUALQUER FISICULTURISTA, mesmo de competições amadoras ou regionais. FIsiculturismo, especialmente o amador, é roleta russa com seringa. Não caiam nessa conversa fiada. Que as mortes no fisiculturismo acabem de uma vez e que o Brasil forme ATLETAS DE VERDADE para todo sempre, não essa massa horrível de gente que só sabe faze supino e rosca direta e se considera alguém na vida por conta disso!

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