
A obra, trazida pela editora Paulus, tem 86 páginas, com introdução de Marcelo da Silva Carneiro que cobre as primeiras 20 páginas. Mas a parte principal foi editada com vários espaços e pausas, o que pode ser publicado com bem menos.
A primeira parte começa com o julgamento de Jesus perante Pilatos nos quais estandartes romanos inclinam-se sozinhos perante Jesus. Não há quase nenhuma novidade em relação aos evangelhos, mas uma recorta/cola de frases e declarações conhecidas. Também há forte acusação de Jesus ser um “transgressor do sábado” por ter curado nesse dia. É bem anti judaico pois quase canoniza Pilatos durante o interrogatório de Jesus como se ele tivesse sido “obrigado” a condenar Jesus pela insistência judaica. Depois a obra prossegue com a prisão de José de Arimatéia por ter comprado um túmulo para Jesus e como é retirado da prisão por ele, no domingo da ressurreição. O sinédrio envia representante a Galiléia que teriam presenciado a ascensão de Cristo.
A segunda parte mostra que todos os santos do antigo testamento estão no inferno, entre eles, Adão, Set, Davi, Abraão e inclusive, do novo testamento, João Batista. Então, Jesus desce até o inferno para resgatá-los e levá-los ao céus onde está esperando o Arcanjo Miguel e o bom ladrão que morreu na cruz. Também no céu se encontram Enoque e Elias (que não teriam passado pelo inferno) e são nomeados como aquelas “2 testemunhas do apocalipse que aguardam a ressurreição para serem mortas novamente na Terra”. Claramente uma interpretação literal e equivocada do texto do Apocalipse.
A obra é uma bobagem medieval. Chamam o Antigo testamento de “antigo” e personagens fazem “o sinal da cruz”. Também temos sacerdotes ou escribas com nomes ocidentais como “ALEXANDRO”. Os diálogos curtos lembram também uma peça de teatro como se tivesse sido escrito para tal.
É Fraquíssimo e mentiroso não merece estar em nenhuma biblioteca cristã. O inferno nessa obra é claramente o “Hades” dos gregos e não um local dos “perdidos”. É um inferno povoado por “salvos” que aguardam a ressurreição. O autor desconhece o ensino bíblico da segunda ressurreição e da segunda morte (que trata do destino dos maus) e por isso escreveu conforme o pensamento grego/romano da sua época. A contra capa não esconde os fatos:

A nota do blog é zero.
Observação: a “alta crítica” ou os “teólogos mundanos” consideram um “fenômeno social” o uso por cristãos, na idade média, de nomes de personagens bíblicos (Daniel, Pedro ou Enoque) para escrever obras cristãs. Se algum cristão da idade média pretendeu se passar por personagem bíblico que viveu séculos antes, nada mais é do que um “cristão” mentiroso. A obra como um todo se faz mentirosa pois foi escrito por um mentiroso que se usou de um ardil para conseguir mais leitores. Eu penso que isso já seria o suficiente para condenar tais apócrifos como escritos sem valor. Mas a curiosidade humana (aliada a uma ajudinha de anjos caídos) leva editoras religiosas a traduzir e publicar tais obras que não acrescentam em nada, inventam novas passagens bíblicas e confundem cristãos humildes que mal terminaram o “ensino fundamental” e passam a considerar esses escritos falsos que possuem passagens bobas (estandartes romanos se inclinando sozinhos para Cristo durante o julgamento por Pilatos) como fatos “maravilhosos”, quando na verdade são fatos mentirosos.
Não é imoral escrever essas obras séculos depois e atribuir aos apóstolos? Essas pessoas que mentiram são cristãs? Isso não perde toda a credibilidade da obra? Ananias e Safira não morreram no novo testamento por causa de mentira semelhante?

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