

UM PODER BLASFEMO –“E sobre suas cabeças um nome de blasfêmia” (Apocalipse 13:1).
*Publicado por Júlio César Prado
As sete cabeças de que se fala em Apocalipse 13, são interpretadas de duas formas porque são duas bestas com sete cabeças: os sete montes identificam historicamente a cidade de Roma, e os sete reis, obviamente, reis de Roma, uma aplicação direta aos soberanos chefes papais de Roma. O termo blasfêmia sempre diz respeito a alguém que assume prerrogativas divinas.
Os oponentes de Jesus acusaram-No de blasfêmia quando Ele Se fez Deus (João 10:33); acusaram-No de blasfêmia quando Ele disse ao paralítico: “Homem os teus pecados te são perdoados” (Lucas 5:20-21). Biblicamente, proclamar-se Deus, ou usar prerrogativas divinas, como a de perdoar pecados, é blasfêmia. No caso de Jesus não era blasfêmia porque Jesus é de fato o Deus encarnado. A profecia de Apocalipse 13:1 identifica as sete cabeças como um poder blasfemo; a profecia fala de um poder que se proclama Deus na terra, e reivindica o direito de perdoar pecados, e ser adorado.
Os anjos de Deus não aceitam adoração e não permitem que alguém se ajoelhe diante deles. João diz: “E eu lancei-me a seus pés para o adorar, mas ele disse-me: olha não faças tal, sou teu conservo, e de teus irmãos… adora a Deus” (Apocalipse 19:10). O próprio apóstolo Pedro não aceitou que Cornélio se ajoelhasse diante dele (Atos 10:25-26). Porém a besta que surgiu do mar é um poder blasfemo porque toma para si atributos divinos e aceita ser adorado.
Em Daniel 7:8, 20, 25 esse mesmo poder é mencionado como falando coisas grandiosas contra Deus, isto é, falando blasfêmias. As pretensões históricas dos papas e dos concílios católicos romanos ainda são considerados oficiais. O papa Leão XIII escreveu em 20 de junho de 1894: “Nós (o papa) ocupamos na Terra o lugar de Deus Onipotente” (The Great Encyclical Letters of Pope Leo XIII, Nova Iorque: Benzinger, 1903, 304). “O papa é, não só o representante de Jesus Cristo, mas ele é o próprio Jesus Cristo, oculto sob o véu da carne” (Catholic National, julho de 1895).
“O papa é de tão grande dignidade e tão exaltado que ele não é um homem, mas Deus, e Vigário de Deus. O papa é chamado ‘Santíssimo’ porque presume-se corretamente que ele seja tal. Unicamente o papa é merecidamente chamado pelo nome ‘santíssimo’, porque ele somente é Vigário de Cristo, que é a fonte e plenitude de toda santidade… O papa é coroado com uma tríplice coroa, sendo rei do céu e da terra e das regiões inferiores. Além do mais a superioridade e o poder do Pontífice Romano, não se refere de maneira alguma somente às coisas celestiais, coisas terrestres, e coisas nas regiões inferiores, mas seu poder está mesmo acima dos anjos, sendo mesmo maior do que eles. Desta forma, se fosse possível os anjos errarem na fé, ou pensarem contrário à fé, eles poderiam ser julgados e excomungados pelo papa. O papa é como Deus na terra” (Ferrari, Dicionário Eclesiástico, tópico “papa”).
Satanás tentou, sem sucesso, destruir o cristianismo através da força, da violência e da perseguição. Então, ele mudou de estratégia no período de Pérgamo, ele se juntou à igreja trazendo para dentro dela o paganismo com seus ídolos, feriados, e festas, e colocando nela o seu trono, o trono de Satanás, dentro da própria Igreja Cristã. O anticristo, o papado, torna-se o cabeça da Igreja Cristã! Não é de admirar que Jesus tenha dito: “Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás” (Apocalipse 2:13). Assim como a Serpente, foi adorada na cidade de Pérgamo, também a Serpente, Satanás, começou a ser adorada na Igreja Cristã no período representado por Pérgamo (313-538). “Um demônio tornou-se o poder central no mundo. Satanás pôs o seu trono onde deveria estar o trono de Deus. O mundo depositou a homenagem, como oferta voluntária, aos pés do inimigo” (Testimonies for the Church, vol. 6, pág. 236).
Foi no período de Pérgamo que o bispo de Roma começou a abrir os olhos e ver o potencial que ele tinha, para governar, dominar e legislar sobre o povo de Deus, sobre os demais bispos, e ao mesmo tempo enriquecer-se com a venda das bênçãos divinas. Na guerra de Israel contra os midianitas, Balaão foi morto. Balaão reconhecia o verdadeiro Deus, e professava servi-Lo, mas esperava fazer do serviço a Jeová a escada para aquisição de riquezas, honras e glórias mundanas.
Com idênticas semelhanças o bispo de Roma fez o mesmo com a Igreja Cristã no período de Pérgamo. Cristianismo e paganismo de mãos dadas. Uma monstruosidade, sangue pagão correndo por veias cristãs. Existiam dois grupos na igreja de Pérgamo contra os quais Jesus Se propôs lutar: aqueles que estavam envolvidos com o mundo e suas práticas pecaminosas, e aqueles que queriam exercer domínio sobre a igreja. A história vai se repetir! (Foto/Ilustração: Divulgação).
*Júlio César Prado é jornalista

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