
666 – “Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, o seu número é seiscentos e sessenta e seis” (Apocalipse 13:18).
*Publicado por Júlio César Prado
Roma “tem recorrido a práticas… cruéis e revoltantes. Nos dias da supremacia de Roma, houve instrumentos de tortura para forçar o assentimento a suas doutrinas. Houve a fogueira para os que não queriam admitir suas exigências. Houve massacre em proporções que jamais serão conhecidas até que se revelem no dia do juízo”, relata à escritora norte-americana Ellen G. White no livro O Grande Conflito, pág. 568. Calcula-se que, durante todo o período da supremacia da potência político-eclesiástica em questão, foram trucidados, como hereges, mais de 50 milhões de cristãos fiéis, cujo sangue clama por vingança até o dia do juízo (Apocalipse 6:9 e 10).
Não é sem razão que o apóstolo João ficou grandemente espantado quando, em visão, lhe foi mostrada a atividade perseguidora desse poder. Diz à profecia que este poder (a besta) tem um sinal característico, um número que deve ser calculado. “Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, o seu número é seiscentos e sessenta e seis” (Apocalipse 13:18). É o título, não de uma fera literal, mas, sim, de um homem, título esse cujas letras calculadas, ou seja, somadas, exprimem o número 666.
O idioma oficial do papado é o latim, a língua dos romanos. Todos sabemos que os números romanos são letras (os números que usamos são arábicos, proveniente dos arábes). Um dos títulos exibidos pelos papas é “Vicarius Filii Dei”.
“Mas 666 é também o ‘número de um homem’, o representante do poder (Apocalipse 13:18). A versão de Douay contém uma nota especial de rodapé sobre Apocalipse 13:18, que reza: ‘As letras numerais deste nome somarão aquele número’. Há muitos nomes e títulos arrogados pelo pontífice romano, mas o mais significativo deles é Vicarius Filii Dei, que significa ‘Substituto do Filho de Deus’. Este título está incorporado à Lei Canônica da Igreja Católica Romana: ‘Beatus Petrus in terris vicarius filii Dei videtur esse constitutus’ (Decretum Gratiani, prima pars., dist. 96). (ver Edwin R. Thiele, Apocalipse: Esboço de Estudos, vol. 2, pág. 209).
O Dr. J. Quaston, S. T. D., professor de história antiga e arqueologia cristã na Escola de Teologia Sagrada da Universidade Católica da América, Washington, D.C., 5 de março de 1943, declarou: “O título Vicarius Filii Dei… é muito comum como título para o papa”. Este título foi confirmado por um concílio da igreja, segundo Binius, dignatário católico de Cologne (ver Sacrosancta Concilia, vol. 1, págs. 1539-1541).
“O título do papa de Roma é Vicarius Filii Dei, e se tomardes as letras que este título representa em valores latinos numerais (em maiúsculas) e as somardes, tereis o número 666” (Our Sunday Visitor, 15 de novembro de 1914).
O propósito deste estudo não é simplesmente achar um nome cuja soma em algarismos romanos dê 666. Muitos outros nomes poderiam ser achados, mas o importante não é só o número, e sim todo o contexto em torno do papa e suas pretensões ao longo dos séculos:
- O título que o papa arrogantemente reivindica Vicarius Filii Dei, é de exclusividade papal;
- A pretensão de aceitar a adoração do povo, permitindo que se ajoelhem diante dele e o venerem;
- A arrogante pretensão de perdoar pecados;
- A louca pretensão de possuir autoridade para mudar a Lei de Deus, anulando o segundo mandamento e substituindo o quarto pela transferência da santidade do sábado bíblico, o sétimo dia da semana, para o domingo, o dia do sol;
- O arrogante dogma da infalibilidade criado em 1870;
- Em Apocalipse 17 a besta, ou a igreja sediada na cidade das sete colinas, que é reconhecida pelos historiadores como sendo a cidade de Roma, é chamada de Babilônia, e na antiga Babilônia, como já demonstramos, o número 6 e seus múltiplos eram significativos. O número 6 era usado para o deus menor, 60 o deus maior e 600 compreendia a totalidade dos deuses;
- A identificação dele com sendo o chifre pequeno de Daniel 7:25, o poder perseguidor que matou mais de 50 milhões de cristãos.
- Roy Allan Anderson, no seu livro O Apocalipse Revelado, explica: “É certamente significativo que ao longo dos séculos que se sucederam, desde a antiga Babilônia até a Babilônia moderna, o poder que tem corrompido a verdade de Deus está marcado com o número 666! Quando Babilônia é mencionada na Palavra de Deus, o número 6 é estranhamente posto em evidência”
“A marca da besta e, portanto, a rejeição da soberania de Deus (a rejeição do) princípio do sábado que foi designado para incentivar o homem a buscar a dignidade, não em si mesmo ou na Natureza, mas na comunhão com Deus e na participação do descanso de Deus. É o sábado que distingue entre a criatura e o Criador, que revela quem merece adoração em que não a merece. É o sábado que demonstra a soberania de Deus e a dependência do homem. Seiscentos e sessenta e seis, por contraste, é o símbolo da adoração à criatura, em lugar do Criador”.
“O fato de o número papal identificar-se com o número sagrado do antigo deus-sol do paganismo, é significativo. Contra o sistema de engano, Deus não nos tem falado numa linguagem incerta. Ele o chama ‘Babilônia’, ou ‘confusão’. E Sua mensagem hoje é: ‘Sai dela, povo Meu’” (Apocalipse 18:1-4) (Roy Allan Anderson, O Apocalipse Revelado, pág. 152).
O número de Deus é o 7. Esse é o número mais destacado do Apocalipse e é também o número do sábado de Deus escolhido por Ele para nos fazer lembrar de que Ele é o Criador “que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:7), e é o único que merece nossa adoração.
Em Apocalipse 13 há um decreto mundial exigindo que todos adorem à besta, Roma Papal, e recebam a sua marca. Por contraste, em Apocalipse 14:6-7 há um chamado divino mundial para se adorar “Aquele que fez o céu, a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:7). Esse texto é uma alusão ao quarto mandamento da Lei de Deus: “porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há” (Êxodo 20:11). A única maneira de adorarmos a Deus como Criador é guardando o Seu sábado, pois ele é o memorial da Semana da Criação (Gênesis 2:1-3).
A BESTA ENCANTA O MUNDO
O que ocorreu com uma das cabeças (o Monte do Vaticano)? “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta” (Apocalipse 13:3).
No ano 1798, ao terminarem os 1260 anos de poder perseguidor (538 + 1260 = 1798), o general napoleônico Berthier fez uma ferida mortal no papado. Anulou o código de Justiniano, desapropriou o papado dos cinco Estados que este tinha no centro da Itália e tirou-lhe os poderes temporais. A ferida foi tão profunda que parecia que o papado não se recuperaria mais dela. O papa Pio VI foi levado para o cativeiro (Apocalipse 13:10) e seus sucessores se autorecluíram no cativeiro, negando-se a aparecer em público até que se lhes restituíssem os poderes temporais.
Que viu São João aconteceria com a ferida mortal e que faria a humanidade? “… mas essa ferida mortal foi curada e toda a Terra se maravilhou seguindo a besta” (Apocalipse 13:3).- Em 1929 Benito Mussolini assinou a célebre concordata com o papado, dando-lhe os 44 hectares que hoje constituem o Estado do Vaticano, recuperando-se assim o poder temporal dos papas. Desde aquela época voltaram a mostrar-se em público com poder e popularidade crescentes, fazendo viagens e sendo aclamados por multidões, inclusive em países protestantes como os Estados Unidos, e em outros do bloco comunista e mesmo das Nações Unidas.
Quem são os que adorariam a besta? “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8). Ao adorar a besta, também se adora o dragão, do qual é instrumento (Apocalipse 13:4) e de quem recebe seu poder (Apocalipse 13:2). Não estar inscrito no livro da vida, significa estar perdido. Por isso é que nosso Senhor Jesus Cristo disse que por cima de toda alegria deveríamos regozijar-nos porque nossos nomes estão escritos no Céu (São Lucas 10:20).
Que solene advertência proclama a mensagem do terceiro anjo contra aqueles que adoram a besta (o anticristo) ou a sua imagem? “E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome” (Apocalipse 14:9-11).
Sendo que estamos no fim do tempo da graça, Deus proclama a mais solene admoestação a fim de que não participemos do culto à besta, e ao mesmo tempo adverte que aqueles que consentem em fazê-lo terão que defrontar terríveis consequências de peso eterno. Como notamos, a besta tem um sinal ou marca, o qual será aplicado sobre os que se perdem. Em que consiste esta marca fatídica? Será o tema de nossos próximos estudos. Mas agora, veja o contraste entre os seguidores da besta e o fiel remanescente do Senhor que apresenta a última parte da mensagem do terceiro anjo: “Aqui está à perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apocalipse 14:12) (Foto: Ilustração/Divulgação).
*Júlio César Prado é jornalista

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