
O LADO OBSCURO DA IGREJA
AS PROFUNDEZAS DE SATANÁS E O MASSACRE DE SÃO BARTOLOMEU – No dia 22 de agosto de 1572 começou esse diabólico morticínio contra os cristãos reformadores. “Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina (de Jezabel) e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei. Mas o que tendes retende-o até que eu venha” (Apocalipse 2:24-25).
*Publicado por Júlio César Prado
O rei da França, com quem sacerdotes e prelados romanos insistiram, sancionou a hedionda obra. Um sino, badalando à noite dobres fúnebres, foi o sinal para o morticínio. Milhares de protestantes que dormiam tranquilamente em suas casas, confiando na honra empenhada de seu rei, eram arrastados para fora, sem aviso prévio, e assassinados a sangue frio. Durante sete dias perdurou o massacre em Paris, sendo os três primeiros dias com inconcebível fúria. E não se limitou unicamente à cidade, mas, por ordem especial do rei, estendeu-se a todas as províncias e cidades onde se encontravam protestantes.
Não se respeitava nem idade nem sexo. Não se poupava nem a inocente criancinha nem o homem de cabelos brancos. Nobres e camponeses, velhos e jovens, mães e filhos, eram juntamente abatidos. Por toda a França a carnificina durou dois meses. Pereceram 70 mil da legítima flor da nação.
Quando as notícias do massacre chegaram a Roma, a exultação do clero não teve limites. O cardeal Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo Ângelo reboou em alegre salva; os sinos tangeram em todos os campanários; fogueiras festivas tornaram a noite em dia e Gregório XIII, acompanhado dos cardeais e de outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à igreja de S. Luís, onde o cardeal de Lorena cantou o “Te Deum”; uma medalha foi cunhada para comemorar o massacre ( veja O Grande Conflito, pág. 272).
No ano 1620 a perseguição contra os Albigenses foi muito severa. Em 1648 uma pesada perseguição caiu sobre a Lituânia e Polônia. Entre outros que sofreram, estava o Reverendo Adriano Chalinski, que foi assado vivo por um fogo lento (ver Fox, Book of Martyrs, pág. 63). A morte dele é um exemplo da crueldade extrema a que chegaram os defensores do papa contra os reformadores.
O papado, hoje se apresenta ao mundo com uma face serena, mansa, tranquila, voz suave, falando de amor, tolerância, mas ele ainda mantém os mesmos dogmas e insiste em proclamar-se como sendo a única fonte da verdade, a única fonte de salvação, a única igreja infalível. Roma papal não mudou, e nunca mudará. A história do passado vai se repetir; novamente a terra vai se submeter ao papado, “e toda a terra se maravilhou após a besta” (Apocalipse 13:3-9), esta é uma profecia cujo cumprimento tem mais direta aplicação ao futuro, aos últimos dias.
“Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina (de Jezabel) e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei. Mas o que tendes retende-o até que eu venha” (Apocalipse 2:24-25).
“Aos restantes que estão em Tiatira” é uma referência aos grupos de cristãos sinceros e leais ao cristianismo apostólico na Idade Média: os Valdenses, Albigenses, Lolardos, os Irmãos Unidos, a Igreja dos Irmãos na Boêmia e Morávia.
“As tuas últimas obras são mais do que as primeiras” revela o crescimento gradual do movimento da Reforma. Os Valdenses, centenas de anos antes da Reforma, já possuíam a Bíblia em manuscrito, na língua materna. Wycliffe no século XIV surgiu na Inglaterra como a “estrela da manhã” da Reforma, sendo um arauto da Reforma não somente para a Inglaterra mas para toda a cristandade.
Na Boêmia, já no século nono o Evangelho fora implantado, e a Bíblia traduzida. E finalmente Martinho Lutero, o leão da Reforma Protestante que minou o poderio papal. Apocalipse 2:25 mostra que a igreja estava dividida entre os que conservavam a primitiva fé apostólica, a justificação pela fé, e aqueles que se envolveram com as doutrinas de Satanás, “as profundezas de Satanás”, uma referência ao sistema católico idólatra, com base na salvação pelas obras. Os cristãos nesse período receberam de Deus a revelação da doutrina da Justificação pela Fé, e foram aconselhados a conservarem esta verdade até a volta de Jesus. Eles possuíam uma crescente experiência religiosa e foram estimulados a continuarem crescendo no conhecimento do Senhor.
“Em terras que ficavam além da jurisdição de Roma, existiram por muitos séculos corporações de cristãos que permaneceram quase inteiramente livres da corrupção papal. Estavam rodeados de pagãos e, no transcorrer dos séculos, foram afetados por seus erros; mas continuaram a considerar a Escritura Sagrada como a única regra de fé, aceitando muitas de suas verdades. Estes cristãos acreditavam na perpetuidade da Lei de Deus e observavam o sábado do quarto mandamento. Igrejas que se mantinham nesta fé e prática, existiram na África Central e entre os Armênios, na Ásia” (O Grande Conflito, Pág. 61).
“É desígnio de Deus que os cristãos cresçam continuamente, até chegarem à estatura de homens e mulheres em Cristo. Todo aquele que não crescer em força, e não se tornar mais firmemente enraizado e plantado na verdade, estará continuamente retrocedendo” (W. M. Ramsay).
“E ao que vencer e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. E com vara de ferro os regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi do meu Pai. E dar-lhe-ei a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 2:26-29).
Neste mundo, os ímpios se mantêm no poder, e os servos de Cristo são, aparentemente, de nenhum valor. Virá, porém, o tempo em que a justiça estará em ascendência.
- As nações serão entregues pelo Pai às mãos de Cristo, a fim de serem regidas com vara de ferro e despedaçadas como um vaso de oleiro (Salmos 2:8-9).
- Associados a Cristo em sua obra de poder e de julgamento estarão os seus santos (Apocalipse 3:21).
- Reinarão com Ele nesta função por mil anos (Apocalipse 20:4).
- Durante esse período é determinado o grau de castigo para os homens ímpios e anjos maus (I Coríntios 6:2-3).
- Ao final dos mil anos todos os santos partilharão com Cristo a execução da sentença dos ímpios (Salmos 149:9).
A promessa final é que todos os santos receberão a “estrela da manhã”, esse é o próprio Jesus: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas nas igrejas: Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã” (Apocalipse 22:16) (Foto: Ilustração/Divulgação).
*Júlio César Prado é jornalista

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