O ENGANO FINAL – Se na morte o estado é de completa insensibilidade, com quem ou com que se comunicam os médiuns espíritas? Qualquer pessoa honesta admitirá que pelo menos parte desses fenômenos são fraudulentos; outros, porém, não podem ser explicados como tais. Existe obviamente algum poder sobrenatural conectado com o espiritualismo. O que ensina a Bíblia a respeito do assunto?
Publicado por Júlio César Prado


O espiritismo originou-se com a primeira mentira de Satanás a Eva – “É certo que não morrereis” (Gên. 3:4). Suas palavras foram o primeiro sermão sobre imortalidade da alma. Atualmente, por todo o mundo, religiões de todos os tipos repetem involuntariamente o mesmo erro. Para muitos, a sentença divina, “a alma que pecar, essa morrerá” (Ezeq. 18:20) tem sido invertida, recebendo o significado: “A alma, mesmo que peque, viverá eternamente.”


A errônea doutrina da imortalidade natural conduziu à crença do estado consciente na morte. Conforme vimos, essa posição contradiz diretamente o ensinamento bíblico a respeito do assunto. Ela foi incorporada à fé cristã a partir da filosofia pagã – particularmente a de Platão – durante o tempo da grande apostasia. Tais crenças vieram a se tornar o ponto de vista prevalecente dentro do cristianismo e ainda hoje representam o pensamento dominante.


A crença de que os mortos estão conscientes preparou muitos cristãos para a aceitação do espiritismo. Se os mortos estão vivos e na presença de Deus, por que não poderiam retornar à Terra na qualidade de espíritos ministradores? E se podem fazê-lo, por que não tentar comunicação com eles a fim de receber deles conselho e instrução, para evitar infortúnios, ou para receber conforto em meio a tristezas? Edificando sobre essa linha de raciocínio, Satanás e seus anjos (Apoc. 12:4 e 9) estabeleceram uma linha de comunicação através da qual podem levar a efeito os seus enganos. Por intermédio de “técnicas” como as sessões espíritas eles personificam os amados falecidos, trazendo suposto conforto e segurança aos vivos. Por vezes, predizem eventos futuros, os quais, caso se tornem realidade, resultam em credibilidade para o embuste. A partir daí, as perigosas heresias por eles transmitidas recebem a marca da autenticidade, mesmo que contradigam a Bíblia e a lei de Deus.


Tendo conseguido remover as barreiras contra o mal, Satanás adquire pleno domínio sobre as pessoas, afasta-as de Deus e destina-as à destruição certa. Ninguém necessita ser iludido pelo espiritismo. A Bíblia demonstra claramente que suas pretensões são falsas. Conforme vimos, a Bíblia ensina que os mortos não sabem coisa alguma, que eles jazem inconscientes na sepultura.
A Bíblia também proíbe fortemente qualquer tentativa de comunicação com os mortos ou com o mundo dos espíritos. Ela diz que aqueles que pretendem comunicar-se com os mortos, tais como os médiuns da atualidade, na verdade estão se comunicando com “espíritos familiares” que são “espíritos de demônios”. O Senhor disse que essas atividades constituem abominação, e aqueles que as praticassem deveriam ser punidos com a morte (Lev. 19:31; 20:27; cf. Deut. 18:10 e 11).
Isaías expressou muito bem a futilidade do espiritismo: “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem dessa maneira, jamais verão a alva” (Isa. 8:19 e 20). Efetivamente, apenas os ensinamentos bíblicos podem salvaguardar os cristãos contra este avassalador engano.


MANIFESTAÇÕES DO ESPIRITISMO
A Bíblia registra vários casos de atividades espiritualistas – desde os mágicos de Faraó, os mágicos, astrólogos e adivinhos de Nínive e Babilônia, até aos feiticeiros e médiuns de Israel – e todas elas foram condenadas. Um exemplo é a sessão desempenhada pela feiticeira de En-Dor por solicitação de Saul, com a qual iniciamos este artigo. Dizem as Escrituras: “Consultou Saul o Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas” (I Sam. 28:6). Portanto, Deus nada teve a ver com o que aconteceu em En-Dor. Saul foi enganado por um demônio que personificou Samuel; ele não viu efetivamente a Samuel.
A feiticeira contemplou a forma de um homem idoso, ao passo que Saul apenas “percebeu” ou concluiu que se tratava de Samuel (verso 14). Se queremos crer que aquela aparição era realmente Samuel, devemos nos preparar para acreditar que os feiticeiros, adivinhos, necromantes, mágicos e médiuns espíritas são capazes de chamar os justos mortos de qualquer lugar em que estejam depois de morrerem. Temos também de aceitar que o bondoso Samuel existia em estado consciente em algum lugar da Terra, uma vez que o homem idoso “sobe da terra” (verso 13). Essa sessão levou Saul ao desespero, não à esperança. No dia seguinte, ele cometeu o suicídio.
Observe que o assim chamado Samuel predissera que no dia seguinte Saul e seus filhos estariam com ele (I Sam. 28:19). Se ele estava correto, deveríamos concluir que após a morte o desobediente Saul e o justo Samuel passariam a viver juntos. Em lugar de tudo isso, devemos concluir que um anjo mau produziu os eventos enganadores que ocorreram durante aquela sessão.


No passado, as manifestações do espiritismo restringiam-se ao reino do oculto, porém mais recentemente o fenômeno assumiu uma aparência “cristã”, de modo a poder enganar o mundo cristão. Professando aceitar a Cristo e a Bíblia, o espiritismo tornou-se um inimigo perigoso dos crentes. Seus efeitos são sutis e enganadores. Através da influência do espiritismo, “a Bíblia é interpretada de molde a agradar ao coração não regenerado, enquanto suas verdades solenes e vitais são anuladas. Preocupa-se com o amor, como o principal atributo de Deus, rebaixando-o, porém, até reduzi-lo a sentimentalismo enfermiço, pouca distinção fazendo entre o bem e o mal. A justiça de Deus, Sua reprovação ao pecado, os requisitos de Sua santa lei, tudo isto é posto de parte. O povo é ensinado a considerar o Decálogo como letra morta. Fábulas aprazíveis, fascinantes, cativam os sentidos, levando os homens a rejeitar as Sagradas Escrituras como o fundamento da fé”.


Através desses meios, o certo e o errado tornam-se relativos, e cada pessoa, ou situação, ou cultura torna-se a norma do que é “verdade”. Em essência, cada pessoa torna-se um deus, cumprindo assim a promessa satânica: “Sereis como Deus” (Gên. 3:5). Encontra-se diante de nós a “hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro” (Apoc. 3:10). Satanás está a ponto de usar grandes sinais e milagres em seu esforço final para enganar o mundo.
Falando a respeito deste engano avassalador, João escreveu: “Vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus todo-poderoso” (Apoc. 16:13 e 14; cf. 13:13 e 14). Somente aqueles que são guardados pelo poder de Deus, que têm sua mente fortalecida pelas verdades das Escrituras, aceitando-as em toda a sua autoridade, estarão aptos a escapar. Todos os demais não possuem proteção e serão enredados por este poderoso engano (Foto: Ilustração/Divulgação).

Deixe um comentário

Tendência