
“Por que eu tirei esta nota?”
Pergunte a qualquer professor e ele confirmará que essa pergunta é recorrente em sua triste vida.
O aluno não fez as atividades, pouco estudou (tá, nada estudou!), conversou nas aulas; mas, quando tem a nota da unidade em mãos, só consegue indagar:
“Por quê? O que eu fiz para isso?”
Na mente do jovenzinho pós-modernx (vai lá um gênero neutro, para não desagradar a ninguém), é assim que as coisas acontecem – o mundo gira ao seu redor, pois ele é uma vítima.
A humanidade já idolatrou o Sol, a Lua, a Terra, as Estrelas, Santos, Mártires, Heróis, Soldados, Generais, Reis, Imperadores, Princesas, Rainhas, Mães, animais – até políticos!
Mas quem imaginaria que hoje a humanidade iria transformar as vítimas em deuses?
Quem melhor descreveu essa geração foi o ensaísta inglês Theodore Dalrymple: “podres de mimados”.
É o vitimismo: todos são vítimas.
Calma… se todos são vítimas…
Quem é o algoz?
Aí está o segredo do vitimismo: todos são vítimas, todos são opressores – dependendo da necessidade do momento (é aquela história “ninguém vai ganhar nem perder, vai todo mundo perder”).
O obeso é oprimido pelo médico que lhe informa da necessidade de emagrecimento.
Mas o médico é também vítima das empresas privadas de saúde.
E o obeso – por ser homem – também é opressor de mulheres.
E as mulheres – vítimas – também podem ser opressoras: se discordarem do feminismo (alô,@anacampagnolo ?).
Todo mundo é vítima: menos Deus, que é o culpado de tudo isso.
No fim, é o que se esconde às sombras do vitimismo – um desejo de ser inocente, de não ser pecador, nem culpado dos próprios pecados.
E quem não é culpado, não precisa de Salvador.
O reino das vítimas não possui um Salvador.
Imagino o jovenzinho entrando no céu, dedo em riste a esfregar na “cara” de Deus:
“Sorte sua que decidiu me salvar. Senão, eu xingaria muito no twitter hoje.”
Patrike Wauker
@waukerpatrike

Deixe um comentário