babilonia romana3

A Missa Medieval é uma mescla de elementos Romanos, Galeses e Franceses (veja o ensaio de Edmon Bishop, The Genius of the Roman Rite and Monsignor L. Duchesne’s Christian Worship: Its Origin and Evolution, New York: Society for Promoting Christian Knowledge, 1912, pp. 86-227). Os aspectos cerimoniais da Missa, tais como incenso, velas e arranjos do edifício foram adotados da corte cerimonial dos Imperadores Romanos (Josef A. Jungmann, S.J., The Early Liturgy: To the Time of Gregory the Great, Notre Dame: Notre Dame Press, 1959, pp. 132-133, 291-292; M.A. Smith, From Christ to Constantine, Downer’s Grove: InterVarsity Press, 1973, p. 173).

A Missa não teve origem no NT e isso é significativo. A Missa saiu do antigo Judaísmo e do paganismo.[10] Segundo o famoso historiador Will Durant, a Missa Católica foi “baseada em parte no culto do Templo Judaico, e em parte nos místicos rituais de purificação dos gregos, o sacrifício substituto, e a participação…”.[11]

Gregório O Grande (540-604) é o homem mais responsável pela formação da Missa Medieval.[12] Gregório foi um homem incrivelmente supersticioso, cujo pensamento foi influenciado pelos conceitos mágicos dos pagãos. Ele personificou a mente Medieval, que era uma mistura de paganismo, magia e cristianismo. Não é uma casualidade quando Durant descreve
Gregório como “o primeiro homem completamente medieval”.[13]

A Missa Medieval refletia a mente de seu padre, Gregório. Foi uma combinação de rituais pagãos e judaicos borrifados com teologia católica e vocabulário cristão.[14] Durant destaca que a Missa estava profundamente mergulhada tanto no pensamento mágico pagão como no drama
grego.[15] Ele escreveu, “a mente grega, moribunda, teve uma sobrevida na teologia e liturgia da igreja; o idioma grego, após reinar por séculos sobre a filosofia, chegou a ser o veículo da literatura e do ritual cristão; o misticismo grego foi passado adiante pelo impressionante misticismo da Missa”. [16] Com efeito, a Missa Católica que se desenvolveu do século IV até o século VI foi essencialmente pagã. Os cristãos copiaram as vestimentas dos sacerdotes pagãos, o uso do incenso e da água benta nos ritos de purificação, a queima de velas durante a adoração, a arquitetura da basílica romana em seus edifícios de igreja, a lei romana como base da “lei canônica”, o título
Pontifex Máximus (Sumo Pontífice) para o Bispo principal, e os rituais pagãos para a Missa Católica. [17]

Fonte: Livro Cristianismo Pagão. Origens das Práticas da Igreja Moderna. Frank A Viola.

10[10] A história da origem da Missa está fora do escopo desse livro. Basta-nos dizer que a Missa foi essencialmente uma mistura
entre 1) a ressurgência do interesse gentílico pela adoração na sinagoga e 2) a influência pagã anterior ao século IV (Frank Senn,
Christian Liturgy: Catholic and Evangelical, Minneapolis: Fortress Press, 1997, p. 54; The Early Liturgy, pp. 123, 130-144).
11[11] Will Durant, Caesar to Christ, New York: Simon & Schuster, 1950, p. 599.
12[12] As principais reformas de Gregório moldaram a Missa Católica desde o período Medieval até a Reforma. Philip Schaff, History of the Christian Church: Volume 4 (Michigan: Eerdmans, 1910), pp. 387-388.
13[13] Will Durant, The Age of Faith, New York: Simon & Schuster, 1950, pp. 521-524.
14[14] Philip Schaff delineia as varias liturgias católicas que alcançaram seu ponto culminante na liturgia de Gregório. A liturgia de Gregório dominou por séculos a igreja latina e foi sancionada pelo Concílio de Trento. (Philip Schaff, History of the Christian Church: Volume 3, Michigan: Eerdmans, 1910, pp. 531-535). Gregório, também foi a pessoa que desenvolveu e popularizou a doutrina católica do “purgatório”, se bem que ele tenha extraído vários comentários especulativos de Agostinho (Justo L. Gonzalez, The Story of Christianity, Peabody: Prince Press, 1999, p. 247). Com efeito, Gregório fez com que os ensinamentos de Agostinho formassem a teologia fundamental da Igreja Ocidental. “Agostinho”, disse Paul Jonson, “foi o gênio obscuro do cristianismo imperial, o ideólogo da aliança Igreja/Estado, e o fabricante da mentalidade Medieval. Depois de Paulo, foi ele quem supriu a teologia básica, ele fez mais pela formação do cristianismo que qualquer outro ser humano” (A History of Christianity,
New York: Simon & Schuster, 1976, p. 112). Durant disse que a teologia de Agostinho dominou a filosofia católica até o século XIII. Agostinho também deu uma nova coloração ao neoplatonismo (The Age of Faith, p. 74).
15[15] Caesar to Christ, pp. 599-600, 618-619, 671-672; The Age of Faith, p. 1027.
16[16] Caesar and Christ, p. 59

17[17] Ibid., pp. 618-619.

Deixe um comentário

Tendência