1- Acobertamento dos Crimes do Banco do Vaticano:
Durante o pontificado de João Paulo II, o Banco do Vaticano estava completamente envolvido em crimes. Clique aqui para ver a história completa. João Paulo II foi repetidamente avisado dos crimes do Arcebispo Marcinkus, a terceira pessoa mais poderosa do Vaticano e nunca o entregou a Polícia. Roberto Calvi e Michele Sindona, 2 pessoas envolvidas com Marcinkus foram assassinados. Eles utilizaram a imunidade diplomática do Banco do Vaticano para esconder o dinheiro da Máfia, da Loja Maçônica P2 e de influentes políticos italianos.
“A principal função do banco do Vaticano era oferecer serviços bancários às ordens religiosas. Deveria ser impossível um leigo abrir uma conta no banco. Mas em maio de 1981 havia mais de 12 mil contas correntes. Só uma minoria delas obedecia ao estatuto do banco, as outras 9351 perteciam a “cidadãos privilegiados”, incluindo membros das famílias mafiosas Gambino, Inzerillo e Spatola que usavam suas contas para lavar o dinheiro dos lucros de suas atividades ilegais de tráfico de drogas, sequestros e outras atividades do crime organizado. Os Cidadãos privilegiados também incluiam a família Corleone da Máfia”. Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 138-139.
Em 1995 protegeu o Cardeal Carles, acusado de lavar 100 milhões de dólares através do banco do Vaticano. Deu um emprego para ele dentro do Vaticano, impedindo que ele fosse processado pela justiça italiana. Veja mais aqui.
2- Acobertamento da Pedofilia
“Em maio de 1981 começaram a chegar cartas e petições no Vaticano do continente africano, dos Estados Unidos, América Latina, Canadá.. e todas elas tinham um tema básico: abuso sexual. Em cada caso, os supostos culpados eram padres, bispos e membros das comunidades religiosas. As queixas sobre os Bispos eram dirigidas ao secretário ou ao prefeito da Congregação dos Bispos e aquelas que envolviam padres à Congregação do Clero e aquelas envolvendo as várias ordens religiosas, à Congregação dos Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica. A Secretaria enviava cada carta ao membro apropriado da equipe. O arquivista dava um número de protocolo à carta e anotava sua data, autor, diocese ou origem e assunto. Uma providência mínima era tomada”. Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 142. Aplica-se o sistema secreto: o acusado tinha que responder somente ao papa. E João Paulo II nunca fez NADA.
1971: Estudo The Catholic Priest in the United States: Psychological Investigations de autoria dos padres Eugene C. Kennedy e Victor Heckler mostrou que 7% dos padres eram emocionalmente desenvolvidos, 18% estavam em desenvolvimento, 66% eram subdesenvolvidos e 8% mal desenvolvidos.
1976 – Vaticano recebe as primeiras denuncias contra o fundador dos Legionários de Cristo, Padre Maciel. Durante a visita do Papa ao México em 1979 foi convidado especial e esteve sempre ao lado de João Paulo II. Saiba mais sobre seus crimes aqui. No ano de 2010 o Papa Bento XVI chamou Marcial Maciel de “Um falso profeta de vida imoral: uma existência aventureira, desperdiçada e distorcida”. Depois de mais de 20 anos de denúncias em que ninguém fez nada.
1983 Padre Gilbert Gauthe, Louisiana, abusou de mais de 100 meninos. Em 1984, 6 famílias, com 9 vítimas levaram 4,2 milhões de dólares. Em 1984 11 garotos entraram na justiça. Ficou preso 11 anos e foi libertado em 1998.
1984 – Rita Milla em Los Angeles foi estuprada por 7 padres.
1985 Padre Mel Baltazar em Idaho foi condenado a 7 anos de prisão por abusar de meninos doentes que faziam hemodiálise ou eram coxos.
Em 1985 foi entregue ao Papa João Paulo II um relatório de 100 páginas sobre a situação da pedofilia nos EUA. Nada foi feito.
1988 – denúncia em Terra Nova no Canadá chegou a incriminar 10% do clero. Mais de 30 instituições católicas foram condenadas.
Padre Dino Cinel de Nova Orleans: encontrados 160 horas de vídeos domésticos de sexo com crianças e adolescentes.
Argentina: Egardo Storni, arcebispo de Santa fé abusou de 47 seminaristas.
No colégio de São Niniano os meninos eram submetidos a abusos sexuais, choques elétricos, açoitamentos com chicote de montaria.
Padre Michael Hill abusou de 20 a 30 crianças, entre elas um menino com paralisia cerebral e outro confinado a uma cadeira de rodas.
Desde 1985 na Irlanda, 4 mil alunos submetidos a trabalho escravo nos colégios católicos. 48 padres e irmãos foram condenados.
1991- Nova Zelândia: 38 casos de abusos em 6 dioceses.
Austrália: Ordem dos Irmãos São joão de Deus acusada de abusar de 24 homens deficientes mentais. Depois 157 vítimas se apresentaram.
Estados Unidos entre 1985 e 2000 = revelados 1.200 padres pedófilos. Em abril de 2002, 177 padres foram afastados em 28 estados. Em março de 2006 haviam 783 novas acusações (81% de vítimas masculinas). A Igreja Católica americana gastou mais de 3 bilhões em indenizações e várias dioceses foram a falência. Fonte: ”Sua Santidade – as cartas secretas de Bento XVI” de Gianluigi Nuzzi, página 91.
1996— Estudo com 34 mil freiras católicas nos EUA. 22% foram molestadas após se tornarem freiras.
Holanda: 20 mil abusos sexuais.
2011- Canadá: Ordem católica Congregação da Santa Cruz aceitou nesta quinta-feira pagar US$ 18 milhões a dezenas de ex-alunos que foram vítimas de abusos sexuais em três escolas de Québec entre 1950 e 2001.
Salvo, citações em contrário as informações básicas foram retiradas do livro de David Yallop, O Poder e a Glória páginas 306 a 397.
3- Deixava o sexo e relacionamentos homossexuais rolar livre no Vaticano
Para religiosos, que pelas leis da igreja caída, deviam ser castos, esse é o maior dos absurdos. Sempre escondido, acobertado, tratado sem seriedade. “A carreira e a promoção eram de maior importância para qualquer seminarista determinado a se tornar bispo. Para ascender na carreira eclesiástica era preciso encontrar um protetor. Também era necessário seguir os 5 nãos: Não pense. Se pensar, não fale. Se falar, não escreva. Se pensar, falar e escrever, não assine o seu nome. Se pensar, falar, escrever e assinar seu nome, não se surpreenda. Ascender na carreira com a ajuda de um protetor também frequentemente requeria a participação em um relacionamento homossexual ativo. As estimativas da prática do homossexualismo na cidade do Vaticano variam de 20 a mais de 50%”. Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 142.
4- Ajuda ao regime racista do Apartheid da Africa do Sul
O banco do Vaticano emprestou 172 milhões de dólares as agências oficiais do apartheid sul africano. (por volta de 1984). Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 173.
5- Canonizou anti-semitas e escondeu a história dos papas anti-semitas
A- Maximiliam Kolbe, editor chefe do semanário O Cavaleiro da Imaculada: contribuía para envenenar a opinião pública contra os judeus e foi canonizado.
B- Concedeu o título de cavaleiro da Ordine Piano a Kurt Waldheim, secretário geral das nações unidas entre 1972 e 1981, sendo acusado de crimes de guerra na Bósnia e pela deportação de judeus de Salônia, na Grécia.
C- Na carta Nós nos lembramos, uma reflexão sobre o shoah (Holocausto) de 1998 disse que as causas do anti-semitismo na Europa era culpa do nacional-socialismo da Alemanha e suas idéias de raça ariana. Uma tentativa surpreendente de reescrever a história. Não mencionava a ajuda do Papa Pio IX (1846-1878) que chamava os judeus de “cães dos quais há muito em Roma, uivando e nos pertubando por toda parte”. Ou a ajuda de Leão XIII (1878-1903) que descrevia os judeus de “teimosos, sujos, ladrões, mentirosos, ignorantes, pragas..uma invasão bárbara por uma raça inimiga”. Ou o clero católico da Polônia, muito bem representado por Josef Kruszynski que escreveu em 1920 que “se for para o mundo ser governado pelo flagelo judeu, será necessário exterminá-los, até o último deles”.
Em setembro de 2000, João Paulo II beatificou o Papa Pio IX (1846-1878), aquele que dizia que os judeus são como cães uivando em Roma.
D- Em 18 de maio de 1941, enquanto o holocausto dos não católicos acontecia na Croácia o Papa Pio XII recebeu em audiência o líder do Utashi (organização anti-semita, anti-sérvios e anti-ortodoxos), Ante Pavelic. Tanto o Papa quanto o Secretário de Estado Montini que mais tarde se tornaria o Papa Paulo VI tiveram uma relacionamento bastante chegado com Pavelic. O papa designou o Arcebispo STEPINAC como capelão militar sênior. Não há registros de que ele tenha tentado reprimir os religiosos assassinos a ele subordinados. O Frei Miroslav Filipovic supervisionou como comandante de campo a matança de 20 a 30 mil reclusos e STEPINAC não fez nada. Em outubro de 1998, João Paulo II declarou que STEPINAC seria beatificado. O Centro Simon Wiesenthal conhecido como caçador de criminosos de guerra pediu que fosse adiada essa beatificação até o fim de um estudo exaustivo do registro de STEPINAC em tempo de guerra. O Vaticano ignorou o apelo e beatificou STEPINAC em 03 de outubro de 1998.
E- Aprovou o filme Paixão de Cristo de Mel Gibson (2004), baseado não integralmente na Bíblia, mas muitas partes nas visões da freira Anne Catherine Emmerich que incluem caracterizações anti-semitas dos judeus, uma Maria vestida de freira antes de inventarem o hábito da castidade, e crianças malhando o judas. Em junho de 2006 ao ser preso em Malibu na Flórida, por estar dirigindo alcoolizado, Gibson deu várias declarações anti-semitas: “Judeus de merda. Os judeus são responsáveis por todas as guerras do mundo”. Se não bastasse, Anne Catherine Emmerich foi beatificada em 3 de outubro de 2004.
Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 269, 292-295, 299, 303-305, 398-410.

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