
É o que considera um dos maiores especialistas britânicos em jornalismo religioso.
“Pelo menos metade de todas as pessoas atraídas para o sacerdócio nos seminários são homossexuais!”. Declara um dos maiores especialistas britânicos em jornalismo religioso, Mark Dowd, que sabe do que fala, afinal de contas, ele mesmo era frade.
Depois de entrevistar clérigos e ex-seminaristas no Reino Unido, EUA e Roma, Mark descobriu uma enorme ironia: a própria instituição que ensina que a orientação homossexual é “intrinsecamente desordenada” atrai candidatos homossexuais. Um reitor, com base em sua própria experiência, disse ao jornalista que o número era de pelo menos 50%.
Após séculos, a palavra homossexualidade tem sido uma das mais pronunciadas no Vaticano nos últimos dias. Embora para muitos, isso não queira dizer que a mesma não existisse antes, o problema é que “Vossas Eminências”, até então, dominavam uma “cultura do segredo”.
“Quando se tem essa cultura de segredo, culpa e repressão, não se faz mais do que apenas promover as condições ideais para a chantagem e a manipulação”, disse o jornalista na televisão após o escândalo descoberto pelo “La Repubblica”. Segundo o jornal, que teve acesso a um relatório secreto, há uma lobby homossexual no Vaticano, segundo o qual, houveram encontros sexuais ocorridos em saunas gays, num centro de beleza localizado em Roma, em uma casa na periferia da cidade e até mesmo em um colégio universitário que se tornou a residência em Roma do bispo de Verona. O relatório também detalha as festas promovidas por autoridades do Vaticano em um clube chamado Priscilla.
Para reforçar o que diz Mark Dowd, vale lembrar que essa semana o cardeal Keith O’Brien decidiu não participar do próximo conclave, após ser acusado de abusar sexualmente de quatro seminaristas durante mais de 20 anos.
Claro, a “homofobia internalizada”, não ocorre apenas no interior da Igreja de Roma.
O pregador evangélico Ted Haggard, casado, pai de cinco filhos e considerado um dos 25 líderes religiosos mais influentes do EUA, encabeçava o protesto anti-casamento gay, que seria votado no Colorado em novembro de 2006. O pastor passou anos assegurando que os indivíduos LGBT’s estariam fadados ao fogo do inferno. Mas, eis que seu amante, Mike Jones, veio e jogou Ted para fora do armário. Mike tinha como provar seu relacionamento com Ted: fitas gravadas na secretária eletrônica. O reverendo foi expulso e virou vendedor de seguros.
George Alan Rekers, membro da National Association for Research and Therapy of Homosexuality (Associação Nacional para Pesquisa e Terapia da Homossexualidade), cofundador da Family Research Council, uma entidade que é contra os direitos familiares de gays e lésbicas e ministro da Igreja Batista nos Estados Unidos e que sempre lutou contra os direitos dos homossexuais, foi flagrado em companhia de um garoto de programa do site rentboy.com.
Esses são apenas alguns exemplos – dos vários que vemos por ai – de hipocrisia explícita.
Talvez, da próxima vez que ouvirmos um clérigo descrever nossa sexualidade em linguagem hostil e intransigente, devamos perguntar: Isso é realmente sobre nós, ou sobre você?

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