Há um cerco interminável nas tendências de usar um nome falso no Facebook. Foi legal em vários momentos inserir um adjetivo para um nome do meio, abreviar suas iniciais, ou remover as vogais; legiões de meninas tem mudado seus sobrenomes para “Bieber” pois desejariam se casar com a estrela pop. Em 2008, um jornalista encontrou mais de 500 “Mike Hunts” e “Ben Dovers” cada .

Mas, como a população em geral fica mais confortável com a internet, os usuários subversivos estão se voltando para truques sutis que são quase impossíveis de Facebook detectar: ​​usando um nome do meio como um sobrenome, emprestando o sobrenome de um personagem de ficção, a inventar um nome real, e outras distorções que violam as política de nomes reais do facebook.

“O nome que você usa deve ser o seu nome real, o mesmo que está listado em seu cartão de crédito”, diz o Facebook. “Fingir ser algo ou alguém não é permitido.” Não é novidade, muitos usuários do Facebook continuam a ignorar essas regras. Captura-los é uma dor de cabeça com o crescimento da rede social… mas a repressão aos nomes reais reflete uma maior tensão: a batalha pelo controle entre um governo virtual e seus 950 milhões de cidadãos.

“A missão do Facebook é dar às pessoas o poder de compartilhar e tornar o mundo mais aberto e conectado” foi o slogan da empresa desde 2008. O Fundador e CEO Mark Zuckerberg acredita que padrões de privacidade estão evoluindo em direção a um futuro em que as pessoas vão querer divulgar tudo o que fazem.

Mas, pelo menos por agora, muitos usuários ainda querem mais privacidade do que as regras do Facebook permitem. Assim como os internautas chineses usam palavras-código e homônimos para fugir dos censores do governo, os usuários do Facebook estão encontrando maneiras de se esquivar de suas limitações e ainda desfrutar o voyeurismo, facilidade de comunicação, e outras regalias de fazer parte da rede social. Usa um pseudônimo no Facebook? Você faz parte da resistência.

MUDANDO IDENTIDADES

Drew * Mason, de 25 anos, que trabalha com cosméticos, deixou de usar seu sobrenome no Facebook [por causa do emprego]. “Histórias sobre os empregadores que verificam a sujeira no Facebook dos novos empregados são inevitáveis”, disse ele.

Ele agora usa seu nome do meio, que é também um sobrenome comum. “Eu imaginei que seria uma forma decente para manter um pequeno grau de sigilo na minha identidade on-line, sem se tornar totalmente irreconhecível para os meus amigos”, nos disse em um e-mail. “Neste momento, eu não posso imaginar colocando meu último sobrenome verdadeiro no Facebook. Mason estima que 10 a 20 por cento de seus amigos usam nomes modificados mas plausíveis no Facebook.

Sua namorada Rachel, 24, usa o nome de solteira de sua avó como um apelido…. “Eu pensei em voltar usando meu nome real, mas neste momento eu não preciso”, disse ela.

Chris Cason, 32, passou-se por Chris Ca no Facebook desde que  se registrou em 2009, a fim de tornar-se mais difícil de encontrar. Ele usa o Facebook para manter contato com amigos internacionais e posts “divertidos e raves” sobre política. Membros de sua família começaram a chamá-lo de “Ca”.

Durante o ano passado, ele notou mais amigos subvertendo a política do nome real. “Eu tenho visto uma crescente tendência de pessoas que fecharam uma conta e estão abrindo uma nova usando um pseudônimo”, disse ele. Ele recitou alguns exemplos; uma amigo usa um pedaço do primeiro nome, outro usa um nome do meio abreviado. “Geralmente é algum jogo com o nome ou sobrenome…

POR QUE O FACEBOOK QUER O SEU NOME

O Facebook estima que cerca de 83 milhões de usuários registrados são realmente contas duplicadas, spammers, ou não-pessoas, como o perfil que você fez para o seu cachorro. Esse é um número surpreendente, e Facebook reconheceu tais  contas “inautênticas” como uma ameaça potencial à sua marca e negócios. O Facebook também fez o seu esforço para reprimir apelidos e pseudônimos bastante públicos, permitindo que os usuários exibam “alternativos” apenas nomes entre parênteses.

Não há estimativa sobre pessoas que vão por um nome falso realista, embora o fenômeno poderia representar problemas para a rede social que quer possuir a sua verdadeira identidade na web .

O Facebook depende de seus usuários para ser honesto. Com 239.000 usuários para cada funcionário do Facebook, é logisticamente impossível verificar todas as informações que estão submetidos. Nomes falsos, idades, interesses falsos – todas essas imprecisões interferem com a capacidade da empresa para direcionar com precisão as propagandas. O Facebook quer construir o banco de dados de pessoas mais abrangente do mundo. Se a informação é atual e correta, o Facebook pode eventualmente se tornar um lugar onde as pessoas farão transações bancárias ou votarão ou até mesmo pagarão impostos. Se ele está cheia de erros, ele se aproxima de inutilidade.

Nomes reais são fundamentais para manter a integridade do banco de dados…. É por isso que o Facebook, agora uma empresa pública, fez impor sua política de reais nomes como uma prioridade. Funcionários e sistemas automatizados buscam fakers, e às vezes apagam usuários genuínos, como o vencedor do Prêmio Pulitzer escritor Salman Rushdie, que foi apagado por acidente.

“O Facebook é uma comunidade onde as pessoas usam suas identidades reais…. É uma violação das nossas políticas usar um nome falso ou operar sob uma falsa identidade, e incentivamos as pessoas a denunciar qualquer pessoa que acha que está fazendo isso.”

O Facebook tem uma equipe dedicada que revê as denúncias feitas, e a empresa também construiu e está constantemente trabalhando em “sistemas técnicos complexos que acharão contas falsas”, disse o porta-voz do Facebook. Como último recurso, o Facebook pede aos usuários para enviar um formulário de identificação emitido pelo governo.

Infelizmente para o Facebook, há pouca razão para os usuários usarem seus nomes. O argumento mais forte para a utilização de um nome de verdade é que assim você pode ser encontrado, mas muitos usuários nos EUA e outros mercados maduros já construiu grandes redes e são menos ansiosos em fazer conexão com novas pessoas. Se você quiser manter contato com alguém novo, é só dizer qual o pseudônimo que a pessoa deve procurar.

É óbvio que você gostaria de usar seu nome exato para algo como o LinkedIn ou e-mail…. O Google, que tem posicionado o Google+ como uma rede de pessoas reais, teve alguns dos mesmos problemas mas a empresa concordou em permitir que os usuários publiquem sob pseudônimos “estabelecidos” (acho que Lady Gaga) , desde que verifiquem suas verdadeiras identidades primeiro (através do número de celular).

Por outro lado, há uma abundância de argumentos contra o uso de seu nome completo no Facebook. Mesmo um erro de ortografia ligeiro pode proteger contra os empregadores curiosos, funcionários admissores da faculdade, e futuras mudanças políticas de privacidade do Facebook que poderiam fazê-lo um lugar para perseguir dissidentes. Para muitos usuários, o Facebook é apenas mais um parque infantil digital como Tumblr, Twitter, ou Instagram, e é mais divertido quando você pode ser um pouco anônimo.

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Os usuários pseudônimos com quem falamos disseram que estariam disposto a colocar seu nome real se isso fizesse o Facebook mais útil – com exceção de Mason. Mesmo se o Facebook fosse “uma interface abrangente para toda a vida”, ele ainda não gostaria de usar seu nome real.

Um tribunal alemão hoje decidiu em 15 de fevereiro de 2013 em favor do Facebook. O Gabinete de Proteção de Dados disse em dezembro de 2012 que o Facebook deve começar a permitir nomes falsos, chamando a sua atual política de “inaceitável”. No entanto, o Facebook tem contestado as alegações da fiscalização, alegando que as leis rígidas de privacidade da Alemanha não eram aplicáveis ​​pois seus escritórios europeus estão na Irlanda, um país que a Associated Press diz que tem “muito menos regulamentação”. A decisão de 15/02 significa que o Facebook pode continuar a insistir que os europeus usem seus nomes verdadeiros no site.

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