A cirurgia que reduz o volume do estômago pode levar a distúrbios neurológicos semelhantes aos encontrados em pessoas desnutridas.

Em 2009, 30 mil cirurgias bariátricas foram feitas no país. Em três anos, esse número aumentou 10%.
Segundo um estudo do departamento de neurologia da Universidade de Ohio, até 16% das pessoas que fazem a cirurgia têm alguma complicação neurológica.
A principal causa é a falha na absorção de nutrientes essenciais ao funcionamento dos neurônios. A falta pode causar de incômodos reversíveis a lesões permanentes.
A maioria dessas complicações não é grave, diz o neurologista Eduardo Mutarelli, professor da Faculdade de Medicina da USP. “Podem ocorrer falta de sensibilidade, formigamentos, dor no pé. Demência e amnésia são os quadros graves e raros.”
Algumas doenças aparecem semanas após a operação. É o caso da encefalopatia de Wernicke que, sem tratamento, pode evoluir para a síndrome de Korsakoff.
É uma lesão do encéfalo que causa amnésia e psicose. No início, é reversível com reposição de vitamina B1.
Outros problemas demoram anos para surgir, como degenerações de medula. Os sinais são fraqueza, perda de sensibilidade, mudança de humor. O tratamento é com ácido fólico, cobre e B12.
“Às vezes, é preciso até reverter a cirurgia, porque os problemas superam as vantagens“, afirmou o médico.
O psiquiatra Adriano Segal, direto da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), conta que a maioria dos casos que já tratou só atingiram o sistema nervoso periférico.
Fonte: http://kieloliveira.blogspot.com.br/2010/06/cirurgia-bariatrica.html

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