Elie Horn, o homem de Soros no Brasil

Quem é Elie Horn, dono da Cyrela, e como ele firmou a parceria que todo empresário deseja ter

O empresário Elie Horn é o homem do superinvestidor George Soros no mercado imobiliário brasileiro.

Dono da Cyrela, uma das mais tradicionais construtoras e incorporadoras de São Paulo, Horn firmou com Soros, no final de 1993, uma associação. Soros administra cerca de 10 bilhões de dólares em recursos próprios e de investidores internacionais.

“Ele procura sempre as alternativas que lhe permitam estar à frente dos negócios”, afirma outro colega. O carisma de Horn e a participação nos resultados da empresa que ele oferece aos executivos de sua equipe acabam por conquistar a sua dedicação. “Alguns até reclamam, mas acabam vestindo a camisa e se motivam com os bons resultados”, diz um diretor de uma das empresas. “A baixa rotatividade de funcionários é a prova de que eles gostam de jogar em time que está ganhando. Mesmo que o jogo seja duro.”

Tanta exigência tem hora certa para acabar. Rigorosamente, entre as 17 horas das sextas-feiras e o final da tarde de sábado, todo mundo pára. Até as máquinas das obras. Horn faz questão de respeitar o Shabbat, o dia do descanso semanal para os judeus. Ele aproveita o sábado para pôr a leitura em ordem.

Pode passar sete ou oito horas lendo livros de filosofia, muitos deles em inglês. No momento, está lendo Warm and Light (Calor e Luz), de Joseph Soloveitchik, já falecido, que foi professor de teologia em Harvard. A espiritualidade também é um ponto forte de sua personalidade. É comum ele citar passagens da Bíblia no meio de uma reunião importante de negócios.

Esses traços de seu caráter aparecem de outras formas. Assim como seu sócio George Soros, muito do dinheiro que Horn ganha se destina à filantropia. Não divulga quanto doa nem a quem, mas tem preferência por entidades que cuidam de crianças carentes. Apesar de toda a sua preocupação em ganhar dinheiro, ele não gosta de ostentar.

Seu Omega foi comprado pela secretária. Deverá ficar quatro ou cinco anos na garagem, como todos os seus outros carros ficaram. Viaja pouco a lazer. Segundo pessoas que o conhecem há muito tempo, Horn e sua família só viajam em classe econômica. Ser comedido na hora de gastar dinheiro talvez o ajude também nos negócios.

CAPTAÇÃO EXTERNA – No ano passado, a Cyrela lançou 1 015 unidades, das quais vendeu 90%. Seu faturamento, de 100 milhões de dólares, a coloca entre as 25 maiores do setor no país. O volume de vendas no ano passado foi 12% superior ao de 1995. A estimativa feita pela empresa para 1997 é de um aumento de 50%.

FONTE: EXAME

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