Fonte: O Tempo Final

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“Eu nasci em um lar adventista e nunca me revoltei ou saí da igreja. Pelo contrário, sempre trabalhei pela igreja na música, dirigindo programas ou entregando literaturas. E por ter sido sempre da igreja e com pais muito missionários, tive uma grande influência na vida das pessoas no meu trabalho e estudo.

Pelo fato de encaminhar minha vida dessa forma, achei que nunca aconteceriam certos problemas graves que aconteciam na vida de outras pessoas. Me sentia feliz por ser da igreja, ativa na questão do evangelismo, esperançosa na volta de Jesus, e realizada aqui neste mundo, tanto profissionalmente como no casamento e em tudo o que já tinha realizado. Então o inimigo resolveu atacar.

Os últimos três anos da minha vida foram os mais dolorosos e tristes. Na verdade, num período de nove meses meu casamento desmoronou com o fato de que meu marido teve um caso com outra mulher. Perdi todo o dinheiro que tinha investido no banco, fruto de sete anos de trabalho, junto com todos os meus móveis, devido às mudanças que tive que fazer em decorrência dos problemas do meu casamento, e ainda minha saúde, pois além de ter tido sérias crises de síndrome do pânico logo depois que soube do caso, eu emagreci 10kg (cheguei a 50Kg tendo 1,69m de altura).

Por causa da minha situação física, emocional e financeira, tive que retornar dos Estados Unidos onde estava me preparando para ser enfermeira, e, consequentemente, abandonar meu sonho de trabalhar lá na minha profissão.

Ao chegar ao Brasil, tive dengue de uma forma agressiva que me fez ficar dez dias literalmente deitada sem conseguir levantar de tanta fraqueza e dor.

Sem esquecer que nessa fase eu estava dormindo em um colchão no chão por já ter perdido tudo e lembrando que antes disso eu tinha tido uma vida bem confortável com ar condicionado em casa, cama confortável, empregada, comida boa, etc.. Por isso, a situação me parecia bem mais pesada e dolorosa.

Em muitos momentos eu chorava tanto que chegava a perder o fôlego. Comecei a pedir a Deus que me deixasse descansar de tanto sofrimento. Eu só sabia chorar e orar… por horas. Cheguei a ficar uma vez três horas de joelhos chorando e orando pedindo misericórdia.

Era uma dor tão grande que parecia que estavam arrancando o meu coração aos pedaços. Passei um ano chorando todos os dias e um ano e meio sem sorrir. Entrava na igreja depois que tinha começado o culto e saía antes de terminar para não ter que cumprimentar as pessoas e desejar “feliz Sábado”, já que eu não estava feliz. Perdi a esperança de que as coisas poderiam melhorar em todos os aspectos. Eu não tinha perspectiva de vida onde eu estava.

Em dois momentos (quando estava com dengue), eu senti que estava morrendo, e fechei os olhos como se fosse pela última vez. Abri os olhos achando que Jesus estava voltando e que eu estava ressuscitando. Mas estava ainda dentro do quarto no chão, olhando a tinta branca no, com muita dor. O que eu pude repetir foi, “eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra.”

Bom, eu não morri. Deus tinha outros planos, diferentes dos meus…

Algumas pessoas vieram falar pra mim nessa época, tentando me consolar, que talvez eu estivesse passando aflições para me achegar mais a Deus. Que Deus muitas vezes permite o sofrimento porque estamos longe dEle, e precisamos nos achegar mais. Mas, eu não estava longe, e não me sentia longe dEle para dizer que merecia ou precisava passar por tanto sofrimento.

Resolvi pensar que talvez não fosse para entender nada aqui na terra por enquanto. Entendi que o que era para eu saber aqui é que essas coisas são do inimigo de Deus e que o que ele quer é somente nos fazer sofrer e nos destruir. O resto devo entender na eternidade.

Durante esse período todo eu tomei três decisões importantes que me sustentariam durante todo esse momento difícil: 1) ser fiel; 2) louvar a Deus; 3) pregar o evangelho.

Eu decidi que iria ser o mais fiel que eu pudesse ao Senhor, mais do que tinha sido antes. Ser fiel nos dízimos ou ofertas eu já era bem certinha, já que além de dar os 10% de dízimo, eu vinha aumentando 1% ao ano nas minhas ofertas e (na época) já estava em 7%. E guardava o Sábado também. Mas decidi rever cada área da minha vida pra ver se tinha alguma coisa que pudesse estar impedindo de Deus me abençoar. Se tivesse algum livro emprestado sem ser devolvido, ou cópias de CD que eu não tivesse pago o autor, ou mesmo alguém que eu tivesse magoado de alguma forma, fui consertar. E revi também formas diferentes de guardar o Sábado como um dia realmente sagrado. Decidi que iria louvá-Lo porque Deus é digno do nosso louvor não importa a circunstância.

Sempre vamos ter motivos para agradecer. Em alguns momentos eu não conseguia agradecer nem pela comida, não só porque tinha perdido o gosto, mas porque eu cheguei a preferir que não tivesse nem comida, nem ar, nem sol, de tanta tristeza. Como iria agradecer por algo que eu não queria??

Não adianta. Deus sabe que não estamos sendo sinceros. Então agradecia por aquilo que eu realmente me sentia agradecida, como os passarinhos, que, onde eu estava morando, tinha aos milhares cantando perto de mim. E era lindo.

Agradeci pelos livros, vários livros, que tive a oportunidade de ler e que tanto me confortaram e me ensinaram muitas coisas. Pelos meus pais que pacientemente cuidaram de mim, me ouviram, oraram e sofreram comigo a dor que eu estava vivendo. Cantei muitas e muitas vezes, às vezes quase sussurrando no meio das minhas lágrimas um hino de louvor, agradecendo a Deus a esperança de que um dia vamos estar no céu para nunca mais passarmos por dor, morte ou tristeza.

E para isso acontecer, eu redobrei meu trabalho missionário. Se antes eu entreguei algumas dezenas de literaturas ou materiais de evangelismo agora eu passei a entregar aos milhares.

Nesses últimos três anos, eu passei de 15 mil literaturas entregues por mim, sozinha, ou projetos que fiz com outros irmãos da igreja, nas línguas inglesa e espanhola nos Estados Unidos e portuguesa, em estados diferentes, aqui no Brasil. Fora a influência de pessoas que vi começarem a entregar muitos livros também por me ver entregando, e sem contar os inumeráveis links e mensagens que enviei pela internet.

Nessa fase comecei a sentir que eu estava indo por um caminho de realmente querer que Jesus voltasse logo. E se tinha que ser agora, então eu iria trabalhar para ser AGORA! O agora que eu digo, é agora mesmo, nesses próximos anos! Então, se o que vai fazer Jesus voltar logo é a pregação do Evangelho a todo mundo, então vamos pregar! Isso iria (e vai) resolver os meus problemas e os de todo mundo.

Não estou marcando uma data, se é que me entende. Eu coloquei isso para mim, tentando animar a igreja de que as coisas estão próximas, incentivando a trabalharem comigo aos milhares para ser o mais rápido que pudesse.

Logo no início, quando a minha vida começou a desmoronar, alguém veio me dizer que eu não podia me basear na volta de Jesus para resolver meus problemas e que eu devia me preparar para que meu filho crescesse, entrasse na faculdade e casasse porque não necessariamente Ele iria voltar logo nos nossos dias.

Isso foi, na época, um balde de água fria para mim. Mas, ao mesmo tempo, sempre via alguma coisa (na política, na economia, nos terremotos, etc.) dizendo que as coisas estão diferentes do que há dez anos para trás, e isto não me deixava parar de trabalhar. E cada vez que eu penso que é uma coisa minha isso de querer que Ele volte agora, eu vejo algo ou alguém dizendo que as coisas estão estranhas mesmo.

Por outro lado, nunca vi a igreja trabalhar tanto na questão de reavivamento e reforma como este ano, e de um modo geral as pessoas estão incorporando isso de entregar os livros missionários de uma forma impressionante! O último sinal antes da volta de Jesus é a pregação do Evangelho a todo mundo e isso está acontecendo de forma impressionante.

Não me preocupo mais com o Brasil. Aqui, a proporcionalidade dos livros estará atingindo praticamente todo o país nesse ano. Mas os países que são menos atingidos pelo cristianismo, estes sim me preocupam e muitas vezes me deixam muito desanimada.

Mesmo assim, eu sei que o Espírito Santo irá nos ajudar a terminar a obra! Então, temos de fazer algumas coisas para que Ele termine.

Me desculpe a ousadia, mas realmente não vejo como não termos alguma resposta das pessoas, depois de milhares lerem “O Grande Conflito” a partir do final deste ano. Eu mesma já estou ouvindo (como essa semana) pessoas vindo dizer que leram o livro que dei e que ele abre a mente para coisas que elas não entendiam antes.

De verdade, tirando a minha mente entristecida com este mundo e com uma vontade enorme que isto tudo termine logo, eu acho que Jesus está voltando, sim! E isso é maravilhoso de dizer e repetir.

A partir desse ano, na alavancada do projeto “O Grande Conflito”, além da TV e internet como apoio, e com todo o cenário que estamos vendo na política, na economia e nas catástrofes, acho que estamos realmente numa contagem regressiva.

Não consigo não mencionar que está na hora (mais do que nunca) de vivermos um relacionamento intenso com Deus para termos forças no momentos difíceis que virão. Não consigo não dizer que logo, hoje, é logo mesmo, Jesus vai voltar!

Não podemos parar a vida (não estudar, não trabalhar, sair correndo da cidade grande sem planejamento), e não incentivo ninguém a isso. Eu mesma estou fazendo mais uma pós-graduação, e tenho tentado crescer na minha profissão.

Voltei a trabalhar no ano passado e vi a minha vida dar uma grande reviravolta saindo do chão para dentro da administração de um hospital. O dia que eu entrei para a primeira reunião com o diretor do hospital e os coordenadores assistenciais, dentro da diretoria, não pude deixar de agradecer a Deus por todo o cuidado que teve comigo e por ter mudado a minha vida radicalmente em poucos meses.

Não pude deixar de sorrir também em ver como Deus tem formas tão diferentes e impressionantes para reverter as coisas. A minha vida ainda não está totalmente recuperada nas perdas que tive, mas em um ano Deus me recompensou de várias formas. E eu voltei a sorrir com o coração. Com o carinho dos amigos, a ajuda, muitas vezes financeira mesmo, que tive, e cuidados médicos profissionais, recuperei este ano meu peso, minha autoestima, minha alegria, e voltei a ser divertida de novo.

Já comecei a viajar de novo e a passear nos lugares que Deus ainda mantém bonito nesse mundo. Estou em um trabalho muito mais legal do que eu tive antes, e ainda Deus me deu a oportunidade de trabalhar com a música novamente em um dos nossos colégios.

Como eu disse, algumas coisas ainda não estão resolvidas completamente, mas tenho a certeza de que Deus está dirigindo tudo e estou ansiosa para encontrar com Ele pessoalmente para Lhe agradecer não só pelo cuidado comigo mas por ter me dado a sensação maravilhosa de ouvir a Sua voz confortante, e sentir a Sua presença ainda aqui nesse mundo. E acho que isso vai ser daqui a pouco.

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