
Mohammad Shafia proibiu as três filhas de namorar e utilizar a Internet. Não cumpriram as ordens e acabaram mortas, submergidas dentro de um carro num canal em Ontario, no Canadá. Tudo por desonrarem a tradição islâmica da família.
Esta segunda-feira, um tribunal canadiano considerou Shafia, a sua mulher Yahya e o filho Hamed culpados das quatro acusações de homicídio em primeiro grau e condenou-os a prisão perpétua.
Zainab (19 anos), Sahar (17 anos) e Geeti (13 anos) terão ofendido a honra da família ao envolverem-se e socializarem com rapazes nas redes sociais. As roupas que utilizavam e as horas que passavam na Internet terão enfurecido Mohammad Shafia que, juntamente com o resto da família, decidiu pôr um fim à situação. A quarta vítima foi Rona Mohammad, de 52 anos, a primeira mulher de Shafia, com quem mantinha uma relação polígama, proibida pela lei canadiana.
Os corpos foram encontrados em Junho de 2009, num canal em Kingston, dentro de um carro submergido. Segundo a acusação, o homicídio foi planeado durante uma viagem familiar às cataratas do Niagara.
De acordo com as declarações do juiz, as provas demonstraram um crime “planeado e deliberado”. E acrescenta: “É difícil pensar num crime mais horrendo do que este. O aparente motivo por detrás destes homicídios a sangue frio decorre de um conceito desvirtuado de honra, que não tem lugar em qualquer sociedade civilizada”.
Apesar da defesa alegar que tudo não passou de um acidente, tendo as jovens levado o carro para dar um passeio, a cena do crime levantou suspeitas. Para além de não haver ninguém no assento do condutor, todos os corpos apresentavam escoriações na zona do pescoço.
Zainab, a filha de 19 anos, tinha já um historial de conflitos com o pai. Proibida de ir à escola durante um ano, por uma suposta relação amorosa com um jovem, acabou por casar às escondidas, enraivecendo Shafia.
A família afegã, que deixou o país de origem em 1997, viveu no Paquistão, Austrália e Dubai, antes de se mudar definitivamente para o Canadá.
Shafia, Yahya e Hamed irão agora passar o resto da vida na prisão.
Fonte: Sábado.PT

Deixe um comentário