Um novo conceito invade a sociedade ocidental trazendo principalmente uma ameaça à identidade do cristão.
Como podemos responder a isto?
Por – Josh Mcdowell
Você certamente está preocupado com nossas crianças hoje, assim como eu. Então deixe-me ser honesto com você. Eu estou com medo, realmente estou. Esta é a primeira vez em 35 anos de ministério que sinto-me literalmente assustado. Agora, neste preciso momento estamos encarando um dos maiores atentados a causa de Cristo dos últimos 2000 anos. A América está passando por uma das maiores mudanças culturais de sua história e 95 por cento dos cristãos não estão se quer notando isto! Dentro de 36-60 meses nós estaremos vivendo numa cultura completamente diferente da que vivemos neste momento. Eu garanto que isto é verdade. Temos apenas um pequeno período de tempo para fazermos uma diferença significativa nas vidas de nossas crianças antes que seja tarde demais.
“Uma batalha está sendo travada
por nossas crianças e jovens, nas
escolas, igrejas, lares e nas ruas.”
Tenho medo que dentro de 36-60 meses pastores, lideres, e pais nas igrejas por todo nosso país, acordarão e dirão, “o que aconteceu?” A resposta será resumida em um palavra… tolerância.
Em Miquéias 6:8 o profeta diz algo que eu acredito ser mais relevante hoje do que quando ele escreveu, e o que o Senhor requer de nós pergunto? Que pratiquemos a justiça e exercitemos a beneficência diz a Bíblia… Isto é o que o Senhor pede de nós como crentes. E Ele também requererá isto de nossas crianças e jovens. Mas dentro de 36-60 meses, se você praticar estas coisas será chamado intolerante, fanático. E isto acontecerá, por que hoje “tolerância” é considerada uma virtude para os americanos. Você pode estar pensando – mas a tolerância não exerce amor e depois faz com que nós actuemos com justiça para com o próximo?
A resposta é não. Aqui está o porque.
A definição de tolerância, tem sido mudada drasticamente. A tradicional definição de tolerância (agora referida como tolerância negativa, enganosa) é ” reconhecer e respeitar (as outras crenças, praticas, etc.) sem necessariamente concordar, simpatizar (Webster’s New Twentieth Century Dictionary). Isto foi o que você e eu fomos ensinados. Para um cristão, poderemos acrescentar, “amar o pecador, odiar o pecado”. Mas a definição de hoje, ou seja, aquela que nossas crianças estão sendo ensinadas é muito diferente. Referida como “tolerância positiva”, é nos dito que ” toda crença, valores, estilo de vida e verdade dos indivíduos são iguais”. Em outras palavras, todas as crenças são iguais. Todos os valores são iguais. Todos os estilos de vida são iguais. Toda verdade é igual. A definição verdadeira de tolerância preza respeito para com outras crenças, valores e estilos de vida. Mas a “tolerância de hoje” requer não somente esta permissão como submissão e liberdade para envolver-se. Sendo assim, infelizmente toda verdade se torna relativa para cada indivíduo.
Em quase todo lar cristão, você encontrará duas definições de tolerância, uma defendida pelos pais e outra pelos filhos. Ambos pensam que estão dizendo a mesma coisa mas não estão. E infelizmente os pais estão se apercebendo disso muito tarde. Você pode estar pensando que estou fazendo “uma cavalo de batalha” por algo pouco relevante em nossa sociedade, mas não estou, acredite, estas coisas estão já acontecendo.
Então qual é o problema?
Diga me o que acontece quando uma criança cristã é ensinada que suas crenças e valores não são diferentes que a de um Muçulmano ou homossexual ou de alguém envolvido em uma relação sexual pré marital? Isto hoje é chamado de tolerância. E isto é considerado como virtude número um na América, especialmente entre nossa juventude. Eu perguntei a minha filha de 15 anos Katie, “qual é um dos nomes que você mais teme ser chamada na escola?” A resposta dela foi – “intolerante!”
Nossas crianças estão sendo ensinadas que toda verdade é relativa. Discernir o certo do errado não é importante. Dizer que algo é certo ou errado não é ser tolerante. Mas Deus nunca na Bíblia disse para sermos tolerantes e nossas crianças não são chamadas para serem tolerantes. São sim chamadas para serem amáveis. E Ele (Deus) nos chama para actuarmos com justiça. Para fazermos isto temos que discernir o certo do errado.
Como isto nos afectará?
Você ou eu podemos levantar e dizer “Jesus Cristo é o filho de Deus”. Outra pessoa poderia levantar e dizer, “Ghandi é o filho de Deus”. Nossa constituição diz que ambos tem o direito de fazer estas declarações, e a tolerância de hoje acrescenta que ambos estão correctos!
A influência desta tolerância será de maior alcance. Eu acredito que esta tolerância terá um grande impacto em nossa sociedade e no mundo, assim como o Renascimento e Reforma e o Darvinismo teve no passado. Você pode estar pensando, “ora, isto não vai acontecer”. Mas digo-lhe que isto está acontecendo agora! O impacto da tolerância já está sendo sentida em nossas escolas. Em julho de 1995 em um caso público, foi decidido por um juiz em tribunal, que as escolas públicas de Massachusets têm o direito de distribuir contraceptivos para os estudantes. O chefe de justiça, Paul Liacos, escreveu, “os pais não tem o direito em interferir nos programas públicos para interpor a sua individualidade religiosa ou preferencias morais”.
Pode acreditar? Os pais não terem esse direito?
Outra implicação de tolerância é que sobrepõe-se o estilo à substância. A América foi fundada em termos de substância acima de estilo. E assim foi a igreja. Mas tem havido uma mudança em nossa cultura. Por exemplo, no passado os cristãos evangelistas ou estudantes que partilhavam sua fé eram barrados por perguntas com relação a veracidade de sua mensagem (substância). Hoje eles são barrados apenas por partilharem sua mensagem (estilo). Nossa cultura diz, “como você se atreve a dizer isto!” A questão não é mais se a mensagem é verdadeira, mas sim o direito de simplesmente partilhá-la!
“Os pais não tem direito em interferir nos
programas públicos para interpor a sua
individualidade religiosa ou preferencias morais.”
Pode acreditar? Os pais não terem esse direito?
Até mais ou menos quatro ou cinco anos atrás, quando você era barrado sobre a questão da divindade de Cristo, pessoas diziam, “eu não acredito em você… prove!.” Hoje dizem, “que você não tem o direito de dizer isto? Você é intolerante. Você é fanático”. Partilhar o evangelho, é proclamar um único e verdadeiro Deus. Hoje a sociedade vê isso como sendo intolerância. O momento que você testemunha por Jesus Cristo em público, você é considerado intolerante ou fanático. Tolerância também significa privatização das convicções- você e eu sentiremos pressionados para ficarmos em silêncio sobre nossas convicções- especialmente se tais convicções são ofensivas às dos outros. Nós não mais vivemos em uma cultura pós judeu-cristã, nós vivemos sim em uma cultura anti- judeu-cristã. O efeito de tolerância é já evidente por todo o país.
Como podemos responder?
1- Primeiro temos que estabelecer a verdade, e então como diz João 8:32, “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Quer dizer abraçar todas as pessoas com liberdade, mas não todas as crenças, ouvi-las aprender delas mas não concordar com todas elas. Apesar disso, ou seja, ao estabelecermos a verdade primeiro, seremos considerados intolerantes.
2- Temos que nos identificarmos com a justiça. Salmos 106:3 diz, “Bem aventurados os que observam o direito, o que pratica a justiça em todos os tempos”. Justiça tem sido considerada a virtude número um na América, mas está sendo substituída por tolerância. Justiça e tolerância não podem coexistir, eles são inimigos um do outro. Deus nos chama para “actuarmos justamente”. Justiça requer base moral para discernir o certo do errado, mas com tolerância não há certo ou errado – excepto tolerância. Toda verdade é relativa para com o indivíduo.
3- Temos que actuar em amor. Deus chama-nos a exercitarmos amor e bondade, Romanos 12:9 diz, “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem”. Não é requerido de nós que sejamos tolerantes, mas amáveis. Jesus disse em Lucas 6:27, “Amai a vossos inimigos.” Amor sempre faz o que é certo. Jesus não pôs de lado a verdade para assim amar a mulher que estava junto ao poço. Ele não disse “tudo bem com você e comigo”… Ele proclamou a verdade para ela com amor. Tolerância diz que eu tenho que ser indiferente, mas o amor cristão diz não, eu tenho que actuar.
4- Nós temos que afirmar nossas crenças de maneira que possamos nos tornar convictos para com nós próprios e nossas crianças. Deuteronômio 11:18,19 diz, “Ponde pois estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.”
Setenta e cinco por cento de nossa juventude tem somente sentimentos sobre o que é certo e errado, dizem elas, “sinto que isto é errado”. Vinte por cento tem crenças sobre o que é certo e errado – mas somente cinco por cento tem convicções! Se não tornarmos nossos sentimentos e crenças de nossas crianças em convicções, então perderemos uma geração inteira! Nossa postura diante disto é que como cristãos temos de fazer precisamente o que Deus pede de nós. Nós temos que discernir o certo do errado. Não será fácil. Seremos considerados fanáticos, hereges, e chamados de intolerantes. Mas apesar disto estaremos a exercitar justamente, e praticando o amor, que é exactamente o que Jesus faria. (Tradução – Jaime D. Bezerra.)
(Artigo tirado do site da “Adventist Review”- online edition, In the Spotlight, titulo original, “Right from Wrong and the Issue of Tolerance”)

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