Reparem no cartoon católico. O catolicismo desmerece os profetas bíblicos e a Palavra de Deus como um todo, estabelecendo sua tradição e magistério demoníacos acima da Bíblia.

O romanismo é hoje olhado pelos protestantes com muito maior favor do que anos atrás. Nos países em que o catolicismo não está na ascendência, e os romanistas adotam uma política conciliatória a fim de a conseguir, há crescente indiferença com relação às doutrinas que separam as igrejas reformadas da hierarquia papal; ganha terreno a opinião de que, em última análise, não diferimos tão grandemente em pontos vitais como se supunha, e de que pequenas concessões de nossa parte nos levarão a melhor entendimento com Roma. Houve tempo em que os protestantes davam alto valor à liberdade de consciência a tão elevado preço comprada. Ensinavam os filhos a aborrecer o papado, e sustentavam que buscar harmonia com Roma seria deslealdade para com Deus. Mas quão diferentes são os sentimentos hoje expressos!

Os defensores do papado afirmaram que a igreja foi caluniada; e o mundo protestante inclina-se a aceitar esta declaração. Muitos insistem em que é injusto julgar a igreja de hoje pelas abominações e absurdos que assinalaram seu domínio durante os séculos de ignorância e trevas. Desculpam sua horrível crueldade como sendo o resultado da barbárie dos tempos, e alegam que a influência da civilização moderna lhe mudou os sentimentos

É certo que há verdadeiros cristãos na comunhão católico-romana. Milhares na dita igreja estão servindo a Deus segundo a melhor luz que possuem. Não se lhes permite acesso à Sua Palavra, e, portanto, não distinguem a verdade. Nunca viram o contraste entre um verdadeiro culto prestado de coração e um conjunto de meras formas e cerimônias. Deus olha para essas almas com compadecida ternura, educadas como são em uma fé que é ilusória e não satisfaz. Fará com que raios de luz penetrem as densas trevas que as cercam. Revelar-lhes-á a verdade como é em Jesus, e muitos ainda se unirão ao Seu povo.

Mas o romanismo, como sistema não se acha hoje em harmonia com o evangelho de Cristo mais do que em qualquer época passada de sua história. As igrejas protestantes estão em grandes trevas, pois do contrário discerniriam os sinais dos tempos. São de grande alcance os planos e modos de operar da Igreja de Roma.

O culto das imagens e relíquias, a invocação dos santos e a exaltação do papa são ardis de Satanás para desviar de Deus e de Seu Filho a mente do povo. Para efetuar sua ruína, esforça-se por afastar sua atenção dAquele por meio de quem unicamente podem encontrar salvação.

Cristo não dá em Sua vida nenhum exemplo que autorize os homens e mulheres a se encerrarem em mosteiros sob pretexto de se prepararem para o Céu. Jamais ensinou que o amor e a simpatia devem ser reprimidos. O coração de Jesus transbordava de amor.

O papado é exatamente o que a profecia declarou que havia de ser: a apostasia dos últimos tempos (II Tess. 2:3 e 4). Faz parte de sua política assumir o caráter que melhor cumpra o seu propósito; mas sob a aparência variável do camaleão, oculta o invariável veneno da serpente. “Não se deve manter a palavra empenhada aos hereges, nem com pessoas suspeitas de heresias”, declara Roma. – História do Concílio de Constança, de Lenfant. Deverá esta potência, cujo registro milenar se acha escrito com o sangue dos santos, ser hoje reconhecida como parte da igreja de Cristo?

Uma época de grandes trevas intelectuais demonstrou-se favorável ao êxito do papado. Provar-se-á ainda que um tempo de grande luz intelectual é igualmente favorável a seu triunfo.

A Palavra de Deus deu aviso do perigo iminente; se este for desatendido, o mundo protestante saberá quais são realmente os propósitos de Roma, apenas quando for demasiado tarde para escapar da cilada. Ela está silenciosamente crescendo em poder. Suas doutrinas estão a exercer influência nas assembléias legislativas, nas igrejas e no coração dos homens. Está a erguer suas altaneiras e maciças estruturas, em cujos secretos recessos se repetirão as anteriores perseguições. Sorrateiramente, e sem despertar suspeitas, está aumentando suas forças para realizar seus objetivos ao chegar o tempo de dar o golpe. Tudo que deseja é a oportunidade, e esta já lhe está sendo dada. Logo veremos e sentiremos qual é o propósito do romanismo. Quem quer que creia na Palavra de Deus e a ela obedeça, incorrerá, por esse motivo em censura e perseguição.

O Grande Conflito (1888) p. 563 ss.

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