Lava pés

Numa carta enviada a W. L. H. Baker, que evidentemente tinha tendência de falar de Cristo como um homem “integralmente humano”, Ellen White sugeriu que ele fosse mais cauteloso: “Nunca, de modo algum, deixe a mais leve impressão sobre mentes humanas de que uma mancha, inclinação ou corrupção incidia sobre Cristo, ou que Ele, de alguma maneira, cedeu à corrupção.”1 “Nenhuma palavra impura escapava de Seus lábios. Nunca Ele praticou uma ação má, pois era o Filho de Deus. Embora possuísse forma humana, todavia era isento da mancha do pecado.”2 “Em Sua natureza humana, Ele manteve a pureza de Seu divino caráter. Ele viveu a lei de Deus e a honrou em um mundo de transgressão.”3

“Em meio à devassidão, Cristo manteve Sua pureza. Satanás não podia manchá-la ou corrompê-la. Seu caráter revelava um perfeito ódio contra o pecado.”4 “Houvesse-se podido achar um só pecado em Cristo, tivesse Ele num particular que fosse cedido a Satanás para escapar à horrível tortura, e o inimigo de Deus e do homem teria triunfado.”5

Alguns acham que Jesus foi tentado apenas externamente. Se houvesse sido assim, Ele não teria sido verdadeiramente tentado como nós o somos, nem teria conhecido “o poder de nossas tentações” 6, e a “força da paixão humana”7, aos quais os homens estão sujeitos. Porém, “nunca Ele cedeu à tentação de praticar um simples ato que não fosse puro, elevado e enobrecedor”.8

Ellen White disse: “Ao povo, e depois, mais plenamente, aos discípulos, Jesus explicou que a contaminação não procede do exterior, mas do interior. Pureza e impureza pertencem à alma. É o mau ato, a palavra ou o pensamento mau, a transgressão da lei de Deus, não a negligência de cerimônias externas criadas pelo homem, o que contamina.”9 “Se a lei alcançasse apenas a conduta exterior, os homens não seriam culpados por seus pensamentos, desejos e desígnios injustos. Mas a lei requer que a própria alma seja pura e a mente santa, que os pensamentos e sentimentos estejam de acordo com o padrão de amor e justiça.”10

“A menos que haja a possibilidade de ceder, a tentação não é tentação. A tentação é resistida quando um homem é poderosamente influenciado a praticar uma má ação e, sabendo que pode fazer isso, resiste pela fé, apegando-se firmemente ao poder divino. Essa foi a duríssima experiência pela qual Cristo passou.”11

“Tomando sobre Si a natureza humana em seu estado decaído, Cristo não participou, no mínimo que fosse, do seu pecado… Não devemos ter dúvidas acerca da perfeita ausência de pecado na natureza humana de Cristo.”12 Isso não significa que Sua natureza era impecável em si mesma – o que contradiria tudo quanto Ellen White escrevera em outras partes – mas no sentido de que, por causa de Sua perfeita obediência, Ele a fizera impecável, “condenando o pecado na carne”.

Livro: Tocado pelos nossos sentimentos capítulo 3.

1.   Carta 8 de E. G. White, 1895. Citada em The Seventh-day Adventist Bible Commentary, Comentários de E. G. White, vol. 5, pág. 1128.

2.  E. G. White, em Review and Herald, 8 de novembro de 1887.

3.   _______, Welfare Ministry (Beneficência Social) (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1952), pág. 287.

4.   _______, Youth’s Instructor, 2 de junho de 1898.

5.   _______, em Signs of the Times, 10 de maio de 1899.

6.   _______, The Desire of Ages, pág. 761.

7.   _______, The Ministry of Healing, pág. 61.

8.   _______, In Heavenly Places (Nos Lugares Celestiais), pág. 155.

9. Ibidem.

10.   _______, The Desire of Ages, pág. 397.

11.   _______, em Review and Herald, 5 de abril de 1898.

12.   _______, em Youth’s Instructor, 20 de julho de 1899.

13.   _______, Selected Messages, vol. 1, pág. 256.

Uma resposta para “Ellen White e a Perfeição de Jesus”.

  1. […] Para ler as declarações de Ellen White sobre o fato de Cristo nunca ter pecado, clique aqui. […]

Deixe um comentário

Tendência