caminho facil ou dificilCaminho da Vida ou Caminho Fácil: O protestantismo e o catolicismo se enveredaram pelo caminho fácil.

Abaixo exponho um artigo que abrange os três grandes erros que a Reforma Protestante ficou devendo de nos corrigir: a questão do domingo em lugar do sábado (ou seu subproduto do que chamo de dianenhumismo/diaqualquerismo/tododiaísmo), o erro da crença na imortalidade da alma e a negligência em acatar os princípios bíblicos de saúde e alimentação:

TAL COMO PEDRO, CATÓLICOS E PROTESTANTES NEGAM A CRISTO TRÊS VEZES

Pedro não tinha intenção de negar ao seu Senhor, mas na verdade, podemos comparar a sua atitude com a do Iscariotes—traição pura e simples, conquanto por motivação diferente e com resultados e conseqüências bem contrastantes.

No segundo caso, a situação tornou-se irreversível, e a morte física, brutal, chocante, serviu apenas para antecipar a outra morte, eterna, inescapável, exemplar, de quem leva a sua infâmia traiçoeira às últimas conseqüências.
Pedro também traiu a confiança do seu querido Mestre. Negou-O pensando em seu próprio interesse e segurança. Que papelão! Felizmente, ele encontrou o caminho de volta à plena comunhão com o Salvador pelo arrependimento sincero.

No mundo católico e protestante, Jesus e Seus ensinos são também negados em três situações flagrantes, três atitudes do Senhor que são interpretadas por tais religiosos em moldes que deixam a Cristo em situação bem difícil.

A primeira dessas ocorrências diz respeito a como Cristo encarou o mandamento do sábado. Textos vários produzidos por instrutores católicos e protestantes colocam a Jesus como um Ser indigno de confiança diante de Suas próprias afirmações. Sim, porque o Mestre afirmou de modo bastante claro:

“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus” (Mat. 5:17-19)

E mais:

“. . . eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” (João 15:10)

Primeira Negação

Os referidos instrutores passam por cima do que Jesus afirma, especialmente nos vs. 19 de Mateus 5 e alegam que Ele violava o sábado! É verdade, em João 5:18 é dito que os judeus queriam matá-lo “. . . porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.

Mas será que o evangelista está fazendo uma declaração em termos absolutos ou expressando a acusação que os adversários de Cristo lhe assacavam?

Observemos alguns fatos: se Cristo literalmente fosse violador do sábado, Ele não só seria incoerente, como Se revelaria um pecador, pois “pecado é transgressão da lei” (1 João 3:4). Sendo que o sábado era da lei ainda vigente, Ele não teria como desconsiderá-lo, “e assim ensinar aos homens” sem fazer-Se um pecador. Conseqüentemente, o próprio Jesus teria que ser considerado “o menor no reino dos céus”, a se levar a sério Suas próprias palavras em Mateus 5:19.

À luz de tal texto, se Cristo violasse mesmo o sábado da lei divina, seria um hipócrita, pois recomenda a Seus ouvintes não só para que respeitem os mandamentos “por menor que seja” (e o sábado era um dos principais mandamentos da lei), enquanto Ele não seguia Suas próprias instruções!

Ele seria ainda um mentiroso, dizendo que guardava “os mandamentos do Meu Pai”. Assim, corria grande risco ao fazer o desafio que encontramos em João 8:46, “Quem dentre vós me convence de pecado?” Se Ele fosse um violador do sábado qualquer dos Seus ouvintes logo se manifestaria, dizendo: “Esta é fácil: Tu violas o mandamento do sábado”!

Mas o texto de João 5:18 não traz mesmo a clara informação de que Ele violava o sábado? Sim, João expressa duas acusações comuns contra Cristo:

a) de que Ele violava o sábado;

b) de que Ele Se fazia ilegitimamente igual a Deus.

Contudo, Ele podia declarar-Se igual a Deus legitimamente, mas era acusado de fazer isso ilegitimamente. O que João deixa em registro, portanto, é o teor das acusações principais com que O rotulavam.

É realmente impressionante como alguns cristãos católicos e protestantes tão facilmente tomam o partido dos acusadores de Cristo nas Suas disputas com a liderança judaica quanto ao sábado. Já disse e repito que reconheço plenamente o direito dos que fazem tal escolha. Ao mesmo tempo, porém, declaro que particularmente prefiro ficar do lado de Jesus.

O problema todo é muito simples de resolver: basta entender que o teor dos debates do Cristo com a liderança judaica não era quanto a SE deviam guardar o sábado, nem QUANDO fazê-lo, e sim COMO observar o “dia do Senhor” no devido espírito. Eles não corrompiam só o sentido desse mandamento, como também do 5°. do Decálogo, e da prática de dizimar, como veremos mais adiante.

Superada esta dificuldade de entendimento, teremos o Pedro católico e protestante em lágrimas abundantes, arrependido pela ousadia de insinuar um pecado desse tipo ao próprio “Senhor do sábado”? Ele assim Se declarou, não porque tinha direito de fazer o que quisesse com o sábado (como instrutores do meio católico e protestante interpretam às vezes) mas porque mostrava ter autoridade para apontar as distorções dos líderes de Judá quanto aos mandamentos divinos. Afinal, tais líderes não viviam cobrando dele, “com que autoridade fazes isso”? E assim como corrompiam o sentido do mandamento do sábado, faziam o mesmo com o 5°. mandamento (ver Marcos 7:9-12).

Também eram tão fiéis no cumprimento do princípio do dizimar, mas perdiam de vista o verdadeiro caráter do mesmo (ver Mateus 23:23). Daí que Cristo lhes disse: “. . . invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis” (Mar. 7:13).

Podemos dizer que assim como Cristo expulsou os cambistas do Templo, Ele expulsou do sábado os excessos e distorções que ao mandamento haviam aplicado os líderes judaicos, tornando a prática do sábado um fardo penoso para o povo. Fazia-o porque era zeloso para com as coisas de Deus.

Segunda Negação

Outra traição a Cristo de católicos e protestantes diz respeito à incorreta compreensão das palavras do Salvador em Marcos 7:1-23—o relato do que Ele declarou quando os fariseus criticaram Seus discípulos por não cumprirem certos rituais purificadores requeridos por suas regras tradicionais, antes das refeições.

As palavras de Cristo, “o que entra pela boca não contamina o homem. . .” são entendidas como uma declaração de “liberou geral” quanto às leis alimentares. Há, porém, quatro dificuldades para tal raciocínio:

1 – Se Jesus está “purificando” supostos alimentos imundos naquela refeição, Seu ato foi inútil porque tratava-se de uma refeição judaica, na qual não haveria carnes imundas.

2 – Cristo estaria abolindo a lei de restrições alimentares ANTES DA HORA, pois as regras sobre alimentação não foram abolidas na cruz?

3 – Cristo estaria ensinando algo contrário à lei divina “ainda” vigente, com o que teria que ser, Ele próprio, considerado “o mínimo no reino dos céus” à luz de Suas palavras em Mateus 5:19.

4 – Cristo diz que o que eles estavam requerendo tinha que ver com a tradição deles, não com a lei divina. E até ressalta que eles anulavam o que Deus determinou dadas ao que os próprios críticos chamaram de “tradições dos anciãos”, não de mandamento divino.

Ademais, a noção de que tais leis foram abolidas quando da morte de Cristo na cruz não faz sentido diante do fato de que não eram leis cerimoniais, e não apontavam à Sua morte expiatória. Alguns alegam que simbolizavam a separação entre judeus e gentios, mas isso é ilógico, porque Deus não manteria em Sua lei um aspecto de sentimentos humanos negativos, o preconceito racial e xenofobia, já que se declara que Ele é um Deus que “não faz acepção de pessoas”. Também isso significaria mudar o enfoque de Cristo e Seu papel redentor para o homem pecador, num suposto simbolismo dessas regras legais.

Seja como for, o fato é que Pedro, muito após a cruz, indicou que não aprendera com Jesus, nem com seus companheiros apostólicos, o “liberou geral” quanto às leis de restrições alimentares na visão do lençol (Atos 10). Ele não entendeu a princípio a visão (vs. 17), e quando a entendeu (vs. 28), não deixou a mínima pista de que o seu sentido fizesse a mínima referência a tal suposto “liberou geral”–apenas não devia considerar os gentios como imundos (ver também 11:17ss). Ele refere-se indiretamente ao episódio ao discursar quando do concílio de Jerusalém, e fala em “purificação”, mas não de carnes imundas, e sim dos corações dos gentios (Atos 15:7-9).

Mas um golpe de morte sobre a noção de “liberou geral” das regras alimentares no Novo Testamento temos em Hebreus 8:6-10, onde nos é informado sobre a passagem do Velho para o Novo Concerto, quando Deus escreve Suas leis nos corações e mentes dos que aceitam os termos desse Novo Concerto [Novo Testamento]. Não é jamais dito que nesse ato Ele deixa de fora essas leis de restrições alimentares!

Ademais, João no Apocalipse, escrito pelo final do 1o. século da Igreja Cristã, fala em Apocalipse 18:2: “Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e destestável”.

Se Deus eliminou inteiramente todas as limitações quanto às regras alimentares, como o apóstolo ainda fala em “ave imunda”? Essa é uma dificuldade adicional para a qual os advogados do “liberou geral” quanto às leis de restrições alimentares não têm solução.

Terceira Negação

Finalmente, a terceira forma pela qual protestantes e católicos negam a Cristo é quando interpretam erradamente o Seu diálogo com a suposta alma de Moisés sobre o Monte da Transfiguração. Com isso novamente estão colocando o Salvador em situação bem complicada. Aliás, o próprio Deus Pai se vê em maus lençóis noutra interpretação, pois os membros da Divindade são apresentados virtualmente como seguindo o mau exemplo dos ditadores de todas as épocas, que se põem acima da lei. “L’État c’est moi” [o Estado sou eu], dizia um dos soberanos franceses de eras passadas.

Colocam a Deus mandando uma mensagem ao rei de Israel Saul, que já havia rejeitado, mediante uma feiticeira, no episódio da visita de tal rei à mulher de En-dor (1 Sam. 16:14; 28:6).

Se Deus estabeleceu claramente a ordem de que o Seu povo não recorresse a prognosticadores, feiticeiros e agoureiros, NEM QUEM CONSULTE OS MORTOS (Deut. 18:9-10), e até decretou que os praticantes de tais coisas fossem mortos (Lev. 24:27), como iria Ele mesmo passar por cima de Suas ordens, e o Cristo fazer exatamente o que se proibiu, promovendo praticamente uma sessão espírita sobre o monte, comunicando-Se com a “alma” de Moisés, ao mesmo tempo tratando com Elias em corpo ressurreto?

Para certos religiosos, porém, Cristo costumava mesmo não levar a sério a lei divina, como já vimos nas duas primeiras negações. Então, não fará diferença Ele violar novamente a lei no caso do episódio do Monte da Transfiguração.

O que se dá nessa ocasião, porém, é um diálogo entre Cristo, o Moisés ressurreto e o Elias que havia sido arrebatado em vida para o céu.

Que Moisés ressuscitou se pode deduzir pela briga cósmica entre Miguel e Satanás a respeito do corpo de Moisés (Judas 9), e pelas palavras de Paulo de que “a morte reinou de Adão até Moisés” (Rom. 5:14). Certamente Satanás não teria nenhum interesse em brigar por um cadáver. Sua briga dizia respeito ao corpo ressurreto de Moisés pois até ali ele mantinha o poder absoluto sobre a morte (Heb. 2:14). Com a ressurreição de Moisés dava-se o primeiro desafio a seu “império da morte”, e Satanás não se conformava com isso, daí que lutou para manter o patriarca bíblico prisioneiro de seu reino de trevas.

O apóstolo Paulo deixou bem claro que a vitória sobre a morte se dá pela ressurreição final, não pela posse de uma alma imortal que sobrevive à morte do corpo (1 Cor. 15:53-55).

Resta ver se o cantar do galo da realidade exposta do ensino bíblico quanto a essas questões levará o “Pedro” do protestantismo e catolicismo a uma percepção do seu erro e a genuíno arrependimento e dedicação à causa da verdade.

Jesus teve uma entrevista, registrada em João 21, com o arrependido e, certamente, envergonhado Pedro após a Ressurreição. Ele pretendia transmitir a Seu amado discípulo a garantia de Seu amor e perdão diante de seu sincero arrependimento, mas ao mesmo tempo recomendou-lhe tantas vezes quantas ele O traiu: “Apascenta as Minhas ovelhas”.

O pasto a que um pastor dedicado encaminharia essas ovelhas deve ser o mais saudável e nutritivo, para que elas cresçam firmes e saudáveis.

Conclusão

O tríplice erro da negligência na observância das leis divinas sobre o sábado e as regras de alimentação, bem como o ensino originário do paganismo e derivado da primeira mentira satânica sobre este planeta—“É certo que não morrereis” (Gên. 3:4)—devem ser postos de parte. Do contrário, essa tríplice negação do Mestre não se identificará em nada com o temporário problema espiritual de Pedro, assemelhando-se mais à traição do Iscariotes, que foi definitiva e fatal.

Deus ilumine os que ainda negam ao Mestre nesses três lamentáveis erros a que ainda estão presos na sua grande maioria os católicos e protestantes.

Artigo do Prof. Azenilto G. Brito

Deixe um comentário

Tendência