Primeiro o Artigo e depois a sua análise à luz da Bíblia Sagrada
A Bíblia no Coração da História
Dom Jaime Luiz Coelho – 1° Arcepispo de Maringá
Publicado no Diário do Norte do Paraná de 23/11/2008
De cinco a vinte e seis de outubro passado, realizou-se em Roma o II Sínodo dos Bispos, sob a presidência do papa Bento XVI, com a finalidade de redescobrir a centralidade da Palavra de Deus e conhecê-la cada vez mais profundamente: “A Palavra de Deus na vida e na missão da igreja”. O Jornal do Vaticano – L’Osservatore Roma-no – publicou a seguinte reflexão abaixo: “A Bíblia no coração da história”. Uma das formas mais antigas de comentário da Escritura na tradição judaica é explicá-la mostrando a atualidade do texto sagrado, segundo um método imediatamente retomado no ambiente cristão: com efeito, já se encontra nos textos de Qumran e Jesus utilizava-o. Fez exatamente isto o papa Bento XVI na inauguração da assembléia sinodal realçando que a Palavra de Deus é sempre atual porque ela está na história humana e é a única realidade que vale realmente. Comentando a parábola da vinha lembra a história judaica do judaísmo antigo, evoca as vicissitudes de comunidades cristãs outrora florescentes que depois desapareceram e se encontravam somente nos livros das igrejas da Ásia de tradição paulina e joanina, mas também para o cristianismo africano dos primeiros séculos, o de Tertuliano, Cipriano e Agostinho. O papa Bento XVI não se detém nos livros; de fato também eles passam, mas dirige um olhar para o presente: com aquelas antigas comunidades o que aconteceu não poderia acontecer também hoje? Nações um tempo ricas de fé e de vocações agora estão a perder a própria identidade, sob a influência deletéria e destrutiva de uma certa cultura moderna. Contudo, o papa Bento XVI não é pessimista porque Jesus prometeu que a “vinha não será destruída e no final, não obstante tudo, o mal e a morte não terão a última palavra”.
“A esta visão da história revelada pela Escritura, realista e, ao mesmo tempo, aberta ao futuro, une-se a leitura de eventos recentíssimos para recordar que realidades visíveis e tangíveis – como o sucesso e o dinheiro – um dia passarão: (O papa lembra a crise atual da quebra de bancos e o fracasso das Bolsas). “Constatamos agora na quebra dos grandes bancos: o dinheiro desaparece, não é nada”. A meditação do papa Bento XVI não é abstrata ou maneirista, mas exorta cada um abrir-se a Deus: “Quem constrói a sua vida com base nestas realidades, sobre a matéria, o sucesso e sobre o que aparece, constrói sobre a areia. Só a Palavra de Deus é fundamento de toda a realidade, é estável como o céu e mais que o céu, é a realidade”. Enfim, Deus e a sua Palavra são as únicas realidades que valem porque permanecem, ao contrário do resto. Por isso, afirma o papa, elas têm que ser consideradas se quisermos verdadeiramente ser realistas. Ao explicar a Escritura Sagrada o bispo de Roma realçou mais uma vez quanto ela é central – e, portanto, assinala o lugar de Deus – na vida e no coração de cada ser humano. E certamente a assembléia sinodal indicará isto na sua realização, tendo presente o judaísmo e a especificidade do seu testemunho, como o fez Bento XVI na sua recente viagem à França. Sobretudo, olhando para o futuro e para única realidade que não acabará: a PALAVRA DE DEUS”.
Aguardamos agora, o documento final do Sínodo dos Bispos com a palavra do papa e os meios de aplicá-lo em nossa vida. Será mais um fato histórico da “Bíblia no coração da história”.
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A Comparação à Luz da Bíblia
O texto publicado pelo Jornal do Vaticano é realmente maravilhoso. Parece que foi escrito por alguma pessoa que reconheça a Bíblia como Palavra de Deus, mestra da verdade e da doutrina. Afirma que temos que conhecer a Palavra de Deus mais profundamente e que temos que redescobrir sua centralidade. É dito uma coisa muito interessante e verdadeira:
Uma das formas mais antigas de comentário da Escritura na tradição judaica é explicá-la mostrando a atualidade do texto sagrado, […] e Jesus utilizava-o.
Podemos citar o texto abaixo em que Jesus utiliza este método.
(Marcos 7:9) – E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.
(Marcos 7:10) – Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá.
(Marcos 7:11) – Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor;
(Marcos 7:12) – Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe,
(Marcos 7:13) – Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.
Nos dias de Jesus os hebreus haviam encontrado um jeitinho brasileiro para não precisar ajudar os pais. Jesus aplicou as antigas escrituras a um fato importante de seu tempo. E disse que eles violavam o mandamento de Deus, “fazendo muitas coisas semelhantes”.
Quando lemos as palavras do senhor arcepispo, ficamos entristecidos. Por acaso, ele não sabe que violais a Palavra de Deus e “fazeis muitas coisas semelhantes”? A Palavra de Deus diz:
(Marcos 1:4) – Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados.
Um bebê não pode se arrepender de seus pecados. Então porque batizam bebês, contrariando as escrituras?
(Lucas 23:56) – E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.
A Bíblia diz que os seguidores de Jesus observam o sábado. Então porque dizeis que devemos observar o domingo? Sim, “fazeis muitas coisas semelhantes”. Como disse o Sínodo, a Palavra de Deus é sempre atual porque ela está na história humana e é a única realidade que vale realmente.
Temos que comentar também o fato do Papa ter dito que não é pessimista porque Jesus prometeu que a “vinha não será destruída e no final, não obstante tudo, o mal e a morte não terão a última palavra”.
É verdade que Jesus prometeu que haverá salvos, mas ele disse que a vinha indigna será destruída:
(Apocalipse 19:13) – E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus.
(Apocalipse 19:14) – E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.
(Apocalipse 19:15) – E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.
(Isaías 63:2) – Por que está vermelha a tua vestidura, e as tuas roupas como as daquele que pisa no lagar?
(Isaías 63:3) – Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura.
(Isaías 63:4) – Porque o dia da vingança estava no meu coração; e o ano dos meus remidos é chegado.
No dia do Juízo, a vinha indigna será destrúida. Não é verdade a crença de que a eleição é incondicional, mesmo havendo erros. A Bíblia declara que havendo erros graves, a vinha será destruída:
(Romanos 11:21) – Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, (Israel) teme que não te poupe a ti também. (se caíres em desobediência).
O Texto do Senhor Bento XVI, termina dizendo que Só a Palavra de Deus é fundamento de toda a realidade, é estável como o céu e mais que o céu, é a realidade”. Enfim, Deus e a sua Palavra são as únicas realidades que valem porque permanecem, ao contrário do resto.
Esta não é uma maravilhosa confissão dos mais santos Reformadores? No entanto, vos esqueceis do santo dia do Senhor, o santo sábado e dos demais ensinamentos das Escrituras. Louvais com a boca, a Palavra, mas na prática, as refutais completamente. De fato, como disse o Papa, a Palavra de Deus é a única realidade que não acabará. Sempre haverá pessoas defendendo as suas santas verdades e se opondo a qualquer negação filosófica das Sagradas Escrituras. Jesus esteja conosco, até a sua Segunda Vinda.

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