Primeiro o artigo e posteriormente sua comparação à luz da Bíblia Sagrada
DIA DOS FINADOS
Publicado no Diário do Norte do Paraná de 02/11/2008
Dom Jaime Luiz Coelho
1º Arcebispo de Maringá
“Hodie mihi. Cras tibi.”
Estas palavras estavam gravadas no portão de um cemitério. “Hoje esperam por mim. Amanhã esperam por você.” Chegado um novo Prefeito Municipal, mandou retirar o letreiro. Talvez ele se esquecesse das palavras da Bíblia Sagrada no Livro do Gênesis, 3, 19, palavras de Deus a Adão após o seu pecado: “Com o suor do teu rosto comerás teu pão até que retornes ao solo, pois dele foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tornarás”. Uma realidade da qual ninguém escapará. Todos morreremos. Hoje ou amanhã e os mortos nos esperam.
A todos que morreram “no sinal da Fé” a Igreja reserva um lugar importante na liturgia: a lembrança diária na Santa Missa com o “momento” dos defuntos e nas preces durante o dia em seu favor. De modo especial, quis a Igreja estabelecer o Dia dos Finados permitindo a todos os sacerdotes do mundo inteiro a celebração, nesse dia, de três Santas Missas em sufrágio dos defuntos. Esta comemoração deve-se à iniciativa do Abade Santo Odilom, de Cluny, no ano de 998. Na véspera desse dia celebra-se a Festa de Todos os Santos, dedicando-se o dia seguinte aos Fiéis defuntos. Os mosteiros beneditinos, espalhados pela Europa, levaram a todos os cantos essa recordação dos mortos, estendendo-se, depois, a toda a Igreja em 1311. O privilégio das Três Missas a dois de novembro concedido à Espanha em 1748, estendeu-se à Igreja universal por Bento XV em 1915.
Verdade para os Fiéis: um momento de purificação entre a Igreja Militante e a Igreja Triunfante, com a Igreja Padecente, como ensina a Bíblia Sagrada, 2º Livro de Macabeus, cap. 12 vers. 38 e ss: “Judas manda celebrar sacrifícios em favor dos que morreram … Se ele não esperasse que os que haviam sucumbido iriam ressuscitar, SERIA SUPÉRFLUO E TOLO REZAR PELOS MORTOS.
Mas, se considerava que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis por que ele mandou oferecer sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado”. Assim, nós também, rezamos pelos mortos. A Santa Missa é o Sacrifício Redentor de Cristo. Não é a repetição do Sacrifício da Cruz, que se realizou uma única vez, mas é o ato sacrifical realizado pelo sacerdote no Altar, tornando presente o sacrifício de Cristo para a redenção da humanidade.
O sacerdote não renova o Sacrifício de Cristo, mas o torna presente em cada Altar onde um sacerdote celebra a Santa Missa. Aí está o valor, também, em favor dos nossos mortos queridos.A estas almas que a prova do PURGATÓRIO leva à purificação na esperança de alegria do Paraíso, a Igreja dedica, assim, neste Dia dos Finados, uma lembrança particular, para estreitar, mediante a caridade do sufrágio, aquele vínculo de amor que a liga permanentemente a todos que morreram no sinal da Fé, e assim destinados à comunhão eterna com Deus. Ao visitarmos os túmulos de nossos mortos e por eles rezarmos, lembremo-nos, que um dia, também estarão rezando por nós na esperança feliz da eternidade do Céu.
Leia aqui o Artigo.
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A Comparação à Luz da Bíblia
Estas palavras estavam gravadas no portão de um cemitério. “Hoje esperam por mim. Amanhã esperam por você.” […] Uma realidade da qual ninguém escapará. Todos morreremos. Hoje ou amanhã e os mortos nos esperam.
Quando o senhor Arcepispo escreveu as palavras acima, não deve ter pensando na maravilhosa revelação das sagradas escrituras, de que aqueles que estiverem vivos quando Jesus voltar, e forem cristãos verdadeiros, não morrerão. Eles serão transformados em imortais e serão levados vivos para o Céu. Vejamos o texto bíblico:
(I Tessalonicenses 4:15) – Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.
(I Tessalonicenses 4:16) – Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
(I Tessalonicenses 4:17) – Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
Como podemos viver, os que se encontram vivos por ocasião da segunda vinda, não irão antes para o cèu dos que morreram e vice versa. Os vivos serão arrebatados juntamente com os recém ressurrectos para as nuvens do Céu.
Paulo confirma na carta aos Coríntios, de que nem todos morrerão:
(I Corintios 15:51) – Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados;
(I Corintios 15:52) – Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
(I Corintios 15:53) – Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade.
Dessa maneira vemos que o Senhor Arcepispo não levou em consideração tal revelação. Hoje, existem milhões de pessoas ao redor do mundo, aguardando a volta do Senhor Jesus, para que possam ser levadas vivas para o Céu e dessa maneira não vejam a morte.
A todos que morreram “no sinal da Fé” a Igreja reserva um lugar importante na liturgia: a lembrança diária na Santa Missa com o “momento” dos defuntos e nas preces durante o dia em seu favor.
Por enquanto, sem entrar em muitos detalhes, podemos dizer que a Bíblia não permite oração aos mortos. A Bíblia diz que os mortos não podem cantar para Deus, ou louvá-lo. Eles não sabem de nada, não possuem mais sentimentos e nem pensamentos.
(Salmos 115:17) – Os mortos não louvam ao SENHOR, nem os que descem ao silêncio.
(Eclesiastes 9:5) – Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma,
(Eclesiastes 9:6) – Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.
Podemos citar o escritor Thomas Hobbes, em sua obra O Leviatã:
Que a alma do homem seja eterna por sua própria natureza, e uma criatura viva independente do corpo, ou que qualquer simples homem seja mortal sem ser pela ressurreição no último dia (com exceção de Enoque e Elias) é uma doutrina que não é manifesta nas Escrituras.
O LEVIATÃ- Thomas Hobbes. p. 148.
Esta comemoração deve-se à iniciativa do Abade Santo Odilom, de Cluny, no ano de 998. Na véspera desse dia celebra-se a Festa de Todos os Santos, dedicando-se o dia seguinte aos Fiéis defuntos.
Sim, foram homens não inspirados por Deus que inventaram a oração pelos mortos. Esta prática se encontra em alguns livros apócrifos, (Tobias, Judite, Baruc etc) nas quais os protestantes não reconhecem como sendo a Infalível Palavra de Deus. O Livro de Macabeus, citado pelo Arcepispo é um destes livros não inspirados, que valem pouco mais que um livro de Romance do século 19.
Mas, se considerava que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar.
Aqui temos a primeira frase do Arcepispo, que na teologia dele, somente pode ser lida de maneira metafórica. Se os santos, ADORMECEM na PEIDADE, não estão vivos, mas efetivamente mortos, aguardando a ressurreição. A doutrina católica não ensina isso. Ensina que os mortos efetivamente VIVEM e depois serão reintegrados no corpo no dia da ressurreição. Isso é contra o ensinamento das ecsrituras que declaram que os mortos dormem até o santo dia da ressurreiçao.
(I Corintios 15:6) – Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também.
(I Tessalonicenses 4:13) – Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.
A Santa Missa é o Sacrifício Redentor de Cristo. […] A estas almas que a prova do PURGATÓRIO leva à purificação na esperança de alegria do Paraíso, a Igreja dedica, assim, neste Dia dos Finados,
A doutrina do Purgatória não é crida há pelo menos mil anos pelos que conhecem a Palavra de Deus. E nem mesmo a doutrina da Missa.
Citamos a Declaração de Fé Valdenses de 1.120:
9. Cremos também que, depois desta vida, existem apenas dois lugares – um para os que são salvos e outro para os condenados, os quais chamamos paraíso e inferno, respectivamente. Negamos por completo o purgatório imaginário do Anticristo, inventado para se opor à verdade.
10. Ademais, sempre temos considerado todas as invenções [em matéria de religião] como uma abominação indizível diante de Deus; citamos os dias festivos e vigílias dos santos, a chamada “água benta”, o abster-se de carnes em certos dias e outras coisas parecidas; porém, sobre tudo isso, citamos as missas.
Ao visitarmos os túmulos de nossos mortos e por eles rezarmos, lembremo-nos, que um dia, também estarão rezando por nós na esperança feliz da eternidade do Céu.
É muito triste ter que ler estas palavras. Os mortos não estão no Céu pois a ressurreição ainda não ocorreu. Paulo, condenou 2 pessoas de seu tempo que ensinavam que os mortos estavam vivos:
(II Timóteo 2:17) – E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto;
(II Timóteo 2:18) – Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.
Obviamente a teologia de Himeneu e Fileto era um pouco diferente da atual. A teologia atual ensina que a ressurreição do corpo, ainda não ocorreu, mas a alma está vivinha no Céu, no Inferno ou no Purgatório. Uma filosofia, que repetimos: é contra o que ensina a Palavra de Deus.

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